O número de casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus no país subiu para 6.836 nesta quarta-feira, 1° de abril, de acordo com os dados mais recentes do Ministério da Saúde. O número de mortes por covid-19 chegou a 241. O índice de letalidade ficou em 3,5%. Na terça-feira, 31 de março, o país contabilizava 201 óbitos e 5.717 casos confirmados da doença.
Os novos casos somaram 1.119, um pouco menos do que os 1.138 novos no balanço de segunda-feira. O Estado de São Paulo segue como o mais afetado pelo novo coronavírus, concentrando 70% das mortes e 43,6% dos casos confirmados da doença no País. Em território paulista são 2.981 diagnósticos e 164 óbitos.
As demais mortes estão assim distribuídas pelos Estados brasileiros: Rio de Janeiro (28), Ceará (8), Pernambuco (oito), Piauí (quatro), Rio Grande do Sul (quatro), Paraná (três), Amazonas (três), Distrito Federal (três), Minas Gerais (três), Bahia (duas), Santa Catarina (duas), Rio Grande do Norte (duas), Alagoas (uma), Maranhão (uma), Mato Grosso do Sul (uma), Goiás (uma), Paraíba (uma) e Rondônia (uma).
Apesar do avanço do coronavírus no País, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse nesta quarta-feira, em coletiva de imprensa, que os números divulgados pelo governo são menores do que a quantidade real de contaminados. A culpa, segundo ele, é da falta de testes, o que gera subnotificação. O Ministério da Saúde espera que os números subam ainda mais nos próximos dias, com o aumento da realização de testes. Mandetta também disse que o isolamento social adotado no Brasil tem sido útil para evitar uma explosão de casos.
Globalmente, o número de contaminados está em 827.419, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, e em 926.095, segundo compilação feita pela Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos. A OMS já disse esperar que o total de infecções chegue a um milhão nos próximos dias, com 50 mil mortos. Até às 20 horas desta quarta-feira, segundo a organização, são 40.777 os mortos, enquanto a universidade americana conta 46.809 óbitos.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, disse que a pandemia de covid-19 é o maior desafio que o mundo enfrenta desde a Segunda Guerra Mundial. Para ele, a situação pode levar a uma recessão sem paralelo e, por isso, exige resposta forte e eficaz. “É a combinação de uma doença ameaçadora para todo o mundo e de um impacto econômico que conduzirá a uma recessão sem precedentes”, argumenta Guterres.
Ele diz que essa pandemia é o pior momento desde que as Nações Unidas foram criadas, há 75 anos. “A combinação dos dois fatores e o risco de uma instabilidade acumulada, de violência acumulada, de conflitos acumulados”, diz, fazem desta crise o maior desafio desde a Segunda Guerra Mundial. “É a crise que exige a resposta mais forte e mais eficaz”, adverte. Segundo Guterres, isso só pode acontecer “pela solidariedade e por um esforço comum, abandonando os jogos políticos e compreendendo que a humanidade está em jogo”.
Em pronunciamento na sede da ONU, em Nova York, nos Estados Unidos, no lançamento de um relatório sobre as consequências econômicas potenciais da crise, Guterres afirmou que a comunidade internacional está longe do que deveria nesta solidariedade, que é vista apenas em medidas dos países desenvolvidos para conter as suas economias.
Mandetta nega também que a OMS tenha defendido o retorno imediato das pessoas ao trabalho, conforme fez crer o presidente Jair Bolsonaro, em afirmações dadas na manhã da terça-feira. Mais do que isso, o ministro da Saúde defendeu ainda “o máximo de distanciamento social” e a manutenção das quarentenas definidas pelos estados, principalmente de idosos e doentes crônicos.