O estado de São Paulo registrava nesta terça-feira, 31 de março, 136 óbitos relacionados ao novo coronavírus, causador da covid-19. Somente ontem 23 novas mortes foram confirmadas. Trata-se do maior aumento em número absoluto já registrado, com cerca de uma confirmação por hora, desde segunda-feira (30). Agora, são 13 cidades paulistas com vítimas fatais da doença, incluindo Campinas, no interior, e São Caetano do Sul, Santo André, Caieiras, na Grande São Paulo.
Até o meio da última semana, apenas a capital registrava óbitos relacionados à covid-19. Entretanto, desde então, já ocorreu pelo menos um óbito nos municípios de Vargem Grande Paulista, São Bernardo do Campo, Guarulhos, Taboão da Serra, Embu das Artes, Sorocaba, Osasco, e Ribeirão Preto, além dos quatro novos citados nesta terça-feira. Os 23 novos mortos são 13 mulheres e dez homens.
Entre as vítimas femininas, duas eram adultas de 42 e 54 anos, com comorbidades que, assim como os idosos, representam grupo mais vulnerável a complicações da covid-19. As outras onze mulheres tinham 69, 85, 86, 76, 84, 72, 64, 81, duas de 65 e 68 anos. No grupo masculino, estão inclusos um de 43 anos com comorbidades e outros dez com idades de 66, 79, 86, 89, 68, 90, 83, 78 e 63 anos. São Paulo também registra 2.339 casos confirmados, um aumento de 54% com relação ao dia anterior.
O governador João Doria (PSDB) anunciou nesta terça-feira que, caso o governo federal decrete a reabertura do comércio antes do fim da quarentena, “o Estado de São Paulo tomará medidas judiciais”. “Não vamos permitir que nenhum ato irresponsável se sobreponha ao posicionamento sereno, equilibrado e responsável do Estado por meio de seu governo e suas prefeituras”, afirma o tucano.
O governador não respondeu se a quarentena, prevista para durar até a próxima terça-feira, 7 de abril, deverá se encerrar na data ou se irá se estender. “O governo de São Paulo não faz antecipação de anúncios. Nós fazemos a revisão diariamente das nossas decisões e posicionamentos”, disse Doria. “Neste momento a orientação é que fiquem em casa”, diz. De acordo com o governador, caso haja o relaxamento da quarentena o comunicado oportunamente será feito adiante.
O governador também anunciou que o governo estadual vai liberar, até 31 de julho, R$ 100 milhões para auxiliar Santas Casas e hospitais municipais do Estado, totalizando 300 instituições. Os repasses serão feitos mensalmente, em parcelas de R$ 25 milhões. De acordo com o Doria, o plano é que essas instituições “tenham reforço no custeio para o atendimento dos seus pacientes, para que aumentem a capacidade de atendimento e desafoguem hospitais, sobretudo no atendimento de média e alta complexidade para que possam receber pacientes com coronavírus.”
Segundo Doria, o Estado trabalha ampliar em 30% o número de leitos em grandes hospitais. O tucano também disse que o Estado unificou um protocolo que tornará possível, a partir de quarta-feira, dia 1º, a teleconsulta, sistema no qual especialistas do Hospital das Clínicas e do Incor poderão discutir casos de infecção por coronavírus com médicos de outros hospitais de São Paulo. Segundo o governador, as teleconsultas poderão ser feitas até mesmos com médicos de hospitais da rede privada – especialmente nos casos mais complexos.
O Estado de São Paulo também vai distribuir a caminhoneiros 140 mil kits de alimentos. A iniciativa é fruto de uma parceria entre a Secretaria de Trânsito e Transportes e da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp). Segundo o tucano, os kits com marmitex e lanches serão distribuídos em 43 pontos em 19 rodovias concessionadas no Estado.