A Secretaria Municipal da Saúde atualizou nesta terça-feira, 31 de março, os dados sobre o novo coronavírus em Ribeirão Preto. Apenas um caso de paciente com a covid-19 foi registrado, elevando o número de infectados na cidade de 46 para 47, mas o município ainda aguarda pelo resultado de 151 exames que estão no Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo.
O Adolfo Lutz está sobrecarregado. Por isso, o teste para coronavírus, que levava 48 horas para ficar pronto, agora demora cerca de dez dias. Antes da pandemia, o instituto realiza 400 testes por dia, mas a média diária saltou para 1.200 com a chegada da covid-19. A Secretaria de Estado da Saúde diz que em duas semanas a quantidde deve subir para 1.800 exames por dia.
O Instituto Butantan também vai realizar os testes, ajudando com mais mil exames por dia. Dentro de 15 dias, a expectativa no estado é que sejam feitos 15 mil análises diárias. Dos 47 casos registrados em Ribeirão Preto, 30 já testaram com resultado positivo e 17 ainda aguardam a confirmação – o material foi enviado ao Adolfo Lutz, mas o Hospital das Clínicas (HC) já está autorizado a realizar os testes.
A quantidade de pessoas infectadas com o coronavírus deve aumentar nos próximos dias porque a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) ainda aguarda o resultado de outros 151 exames. Ribeirão Preto tem 226 notificações de covid-19 neste ano, sendo 222 apenas no mês de março e quatro de fevereiro. Desde fevereiro, 28 suspeitas foram descartadas na cidade. Os 47 pacientes contraíram a doença neste mês.
Ribeirão Preto também tem uma morte por covid-19, a primeira do interior paulista. A vítima é um homem de 36 anos de idade, que apresentava comorbidades – lutava contra três doenças crônicas –, vinha sendo atendido pelo setor de Hematologia do Hospital das Clínicas e faleceu durante a madrugada de quinta-feira (26), às 2h33, no HC. O paciente, morador de Ribeirão Preto, mas natural do Pará, era tratado de mieloma múltiplo, neoplasia óssea e insuficiência renal.
Seu caso foi notificado ao serviço de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde em 23 de março e, testado positivo para o coronavírus, aguardava confirmação por contraprova. O rapaz estava internado no HC já havia algum tempo. Segundo o Boletim Epidemiológico do Departamento de Vigilância em Saúde, 141 pessoas seguem internadas na cidade com problemas respiratórios – envolvem casos de gripe comum, H1N1, H3N2, covid-19 e outros.
Região tem 66 casos e duas mortes
Nove cidades da região de Ribeirão Preto contabilizam 66 casos confirmados de coronavírus, causador de covid-19, e dois óbitos, o do homem de 36 anos que faleceu no Hospital das Clínicas e o de um idoso de 87 anos, morador de Cravinhos, que faleceu no final de semana em hospital privado da metrópole.
Ele estava internado desde o dia 23 de março e sofria de Alzheimer e enfisema pulmonar. Os outros pacientes são de Ribeirão Preto (47), Jaboticabal (nove), Bebedouro (dois, apesar de a prefeitura ter emitido nota dizendo que ainda não há confirmação), Cravinhos (dois), Franca (dois), São Joaquim da Barra (um), Sertãozinho (um) Orlândia (um) e Brodowski (um).
Reunião vai definir abertura o comércio
O prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) e o secretário municipal da Saúde, Sandro Scarpelini, mantêm a determinação de isolamento social e reforçam que esta é a única maneira no momento parea evitar a propagação do coronavírus, causador da covid-19. Eles têm o apoio de outras autoridades sanitárias do município, do Ministério Público Estadual e da Câmara.
Porém, representantes do comércio já pedem a flexibilização dos decretos números 69 e 76, que determinam estado de emergência e calamidade pública na cidade e impõe sanções a quem desrespeitar as medidas. Na tarde de sexta-feira, 3 de abril, uma reunião vai definir se comerciantes e prestadores de serviços não essenciais poderão atender a partir do dia 7, quando expira um dos decretos.
Na última sexta-feira (27), a Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp) já havia emitido nota defendendo a revisão do decreto de calamidade pública e o relaxamento do isolamento social para não prejudicar os comerciantes e empresários cujos negócios não estão no rol de serviços essenciais – grupo de pode atender a população, como farmácias, padarias, supermercados, açougues entre outros.
Na segunda-feira (30), o Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto e Região (Sincovarp) e a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-RP) também emitiram nota pedindo o relaxamento das sanções, desde que não coloque em risco a saúde das pessoas. O decreto de calamidade pública suspendeu o atendimento presencial em estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços não essenciais.
A medida impõe o fechamento do comércio, exceto serviços essenciais de alimentação, abastecimento, saúde, bancos, limpeza e segurança. O fechamento do comércio atinge todas as lojas com atendimento presencial, inclusive bares, restaurantes, cafés e lanchonetes. Estabelecimentos que servem alimentos e bebidas em mesas ou balcões só podem atender pedidos por telefone ou serviços de entrega.
Só podem abrir estabelecimentos com atendimento presencial que prestam serviços considerados essenciais. No setor de alimentação, podem funcionar supermercados, hipermercados, açougues e padarias – que não podem permitir o consumo no estabelecimento durante a quarentena. Em abastecimento, podem atuar normalmente transportadoras, armazéns, postos de gasolina, transporte público, táxis, aplicativos de transporte, entre outros.