O papa Francisco concedeu nesta sexta-feira, 27 de março, a bênção extraordinária de “Urbi et Orbi”, o que normalmente acontece apenas no Natal e na Páscoa. Ele fez o anúncio de que faria a benção, esta semana, em sua oração semanal do Angelus, que vem conduzindo de dentro do Vaticano pela internet e pela televisão, em vez de fazê-la diante das multidões na Praça de São Pedro.
Sua decisão de abrir uma exceção e dar uma bênção especial “Urbi et Orbi” (para a cidade e o mundo) reforça a gravidade da situação global, principalmente na Itália, um dos países mais atingidos pelo surto do novo coronavírus. A bênção extraordinária foi feita diante de uma Praça de São Pedro vazia.
O local, parte do Vaticano, foi fechado como parte de um bloqueio na Itália para tentar conter a propagação do vírus. Os católicos que recebem a bênção, pessoalmente ou por meio das mídias, podem, sob certas condições, receber uma indulgência especial. Uma indulgência é a remissão da punição pelos pecados.
Bolsonaro não vai pro céu – O juiz federal Márcio Santoro da Rocha suspendeu trecho do decreto do presidente Jair Bolsonaro que permitiu que igrejas e casas lotéricas fiquem abertas durante a situação de emergência em decorrência do coronavírus. O magistrado da 1ª Vara de Duque de Caxias ainda determinou que o governo federal se abstenha de adotar medidas sem seguir recomendações técnicas da lei federal de março deste ano que dispõe sobre o enfrentamento ao coronavírus.
A decisão acolhe ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal. Para o juiz, “considerar como essenciais atividades religiosas, lotéricas é ferir de morte a coerência que se espera do sistema jurídico, abrindo as portas da República à exceção casuística e arbitrária, incompatível com a ideia de democracia e Estado submetido ao império do Direito”.
Segundo a Procuradoria, ao incluir como essenciais atividades religiosas ou casas lotéricas, sem demonstrar a essencialidade prevista em lei, nem apresentar justificativas que permitam uma compreensão do ato normativo em consonância com as recomendações dos órgãos de saúde, o decreto acabou por assumir para si a enumeração dos serviços e atividades que seriam assim considerados, como se houvesse uma discricionariedade ilimitada para tanto.
Antes mesmo da liminar, Arquidiocese de Ribeirão Preto anunciou que, apesar da autorização de Bolsonaro, manteria suspensas as missas presenciais, ou seja, aquelas com a presença de devotos nas paróquias. As celebrações continuam a ser realizadas pelo padre com transmissão ao vivo pelas mídias sociais.
O arcebispo metropolitano, dom Moacir Silva, baixou decreto determinando a suspensão de todas as missas presenciais nas paróquias da área da Arquidiocese de Ribeirão Preto por causa da ameaça do novo coronavírus (covid-19). Até as celebrações da Semana Santa foram alteradas e o representante da Igreja Católica defende a transmissão dos ritos pelas mídias sociais.
Está suspensa a celebração pública de missas feriais e dominicais. Os fiéis estão dispensados e os padres deverão promover as celebrações com transmissão ao vivo pelas mídias sociais favorecendo a comunhão espiritual. A mesma suspensão aplica-se a todas as outras celebrações públicas dos sacramentos. Está suspensa a iniciativa “24 horas para o Senhor”.
A Arquidiocese de Ribeirão Preto abrange Altinópolis, Batatais, Brodowski, Cajuru, Cássia dos Coqueiros, Cravinhos, Dumont, Guatapará, Jardinópolis, Luís Antônio, Pontal, Santa Cruz da Esperança, Santa Rita do Passa Quatro, Santa Rosa de Viterbo, Santo Antônio da Alegria, São Simão, Serra Azul, Serrana e Sertãozinho. O prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) também disse na quinta-feira (26) que líderes religiosos do município já se comprometeram a não realizar encontros, cultos e missas em igrejas e templos para evitar aglomerações de pessoas.