Subiu para 428 o número de casos de infecção pelo novo coronavírus no Brasil, segundo boletim divulgado na noite desta quarta-feira, 18 de março, pelo Ministério da Saúde. É o maior aumento absoluto observado até agora desde que o surto teve início. Em 24 horas, foram 137 novos registros contabilizados pelo governo federal, crescimento de 47% – eram 291 no balanço de terça-feira (17).
Na segunda-feira (16), eram 234 pacientes nessa situação. Quatro das vítimas infectadas pelo novo coronavírus no Brasil morreram. Todas as mortes ocorreram em São Paulo – três vítimas são da capital e um de Jundiaí. Em comum, as vítimas eram homens com idades acima de 60 anos e doenças pré-existentes. Eles foram atendidos em um hospital privado da capital paulista.
O boletim mostra ainda que 17 unidades da federação já confirmaram casos da covid-19. São Paulo concentra a maior parte dos casos (240). Em seguida vêm Rio de Janeiro (45), Distrito Federal (26), Rio Grande do Sul (19), Pernambuco (16), Minas Gerais (15) e Paraná (13). Além desses, foram identificados casos em Santa Catarina (dez), Espírito Santo e Ceará (nove cada), Goiás (oito), Mato Grosso do Sul (sete), Sergipe (cinco), Bahia (três) e Alagoas, Rio Grande do Norte e Amazonas (um cada).
Já os casos suspeitos alcançaram 11.278. No balanço de terça-feira, eles haviam chegado a 8.819, quatro vezes mais do que na segunda-feira (16), quando foram contabilizados 2.064. O Ministério da Saúde justificou o salto pelo fato das inclusões no sistema terem passado a ser feitas de forma automatizada pelas secretarias estaduais. Os descartados somam 13.551.
Senado
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), está com coronavírus. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do senador. “Depois de o primeiro exame dar negativo, o presidente do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre, refez o exame na noite de ontem (terça-feiram 17) e, nesta quarta-feira (18), atestou positivo para covid-19.”
“Davi Alcolumbre, no entanto, está bem, sem sintomas severos, salvo alguma indisposição, e segue em isolamento domiciliar, conforme determina o protocolo de conduta do Ministério da Saúde e a (OMS) Organização Mundial da Saúde”, diz a nota da assessoria. O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira (18) que a disseminação do novo coronavírusno Brasil preocupa o governo, mas pediu o empenho da população para seguir as orientações das autoridades e evitar o clima de pânico no país.
“Primeiro, também diria que o pânico não leva a lugar nenhum. Repito que o momento é de grande preocupação, é de grande gravidade, mas devemos evitar que esse clima chegue a nós, adotando essas medidas”, afirmou durante coletiva de imprensa, no Palácio do Planalto, ao lado de oito ministros. Todos estavam usando máscaras de saúde.
Da longa entrevista coletiva, de cerca de duas horas, liderada pelo presidente Jair Bolsonaro, participaram o ministro da Economia, Paulo Guedes, e da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, entre outros, como o da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e o da Justiça, Sergio Moro. “Isso é uma guerra”, chegou a dizer o general Azevedo. “O inimigo é invisível, feroz, dedicado”, acrescentou.
Até agora, 17 pessoas que acompanharam o presidente na comitiva nos Estados Unidos foram diagnosticados com a doença. Nesta quarta-feira, foi confirmado que o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, está com covid-19. Embora o primeiro exame realizado por ele tenha dado negativo para o vírus, um novo teste, colhido na terça-feira, diagnosticou o contágio pelo vírus.
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou nesta quarta-feira que o governo tem conhecimento de que medidas de maior restrição podem ser necessárias para conter a epidemia do novo coronavírus no País. Ressaltou, no entanto, que “não adianta fechar tudo” como “tem sido insinuado por alguns governadores.”
“Logística é interesse nacional. Não adianta fechar tudo e segurar o frango que está pronto para chegar. Se não chegar o cloro para colocar na água, que vai ser bebida pelos brasileiros, cai a qualidade. Ações precisam ter ótica mais centralizada”, afirmou.
O ministro disse que a equipe do presidente Jair Bolsonaro está trabalhando em conjunto para elaborar medidas nas áreas de saúde, segurança e da economia. Ainda, que é esperado que haja identificação de um grande número de casos nos próximos dias, mas que é necessário alargar esse pico.