Tribuna Ribeirão
Economia

IPCA Inflação oficial fecha fevereiro em 0,25%

Marcello Casal jr/Agência Brasil

O Índice Nacional de Pre­ços aos Consumidor Amplo (IPCA), indexador oficial da in­flação no Brasil, fechou feverei­ro em alta de 0,25%. O resultado foi divulgado nesta quarta-feira, 11 de março, pelo Instituto Bra­sileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e é o menor registrado para o mês em duas décadas, desde 2000 – no mesmo perí­odo de 2019, ficou em 0,43%. Nos primeiros dois meses de 2020, soma alta de 0,46%.

Com o resultado, a taxa acu­mulada em doze meses desace­lerou de 4,19% em janeiro para 4,01% em fevereiro, pratica­mente no centro da meta de 4% perseguida pelo Banco Central este ano – fechou o ano passa­do em 4,31%, acima do teto de 4,25%. Passado o choque de preços, as carnes ficaram mais baratas em fevereiro, depois de já terem recuado em janeiro.

Os preços das carnes caíram 3,53% em fevereiro, após uma queda de 4,03% em janeiro. O item deu a maior contribuição negativa para a inflação do últi­mo mês: -0,09 ponto percentual. O grupo alimentação e bebidas saiu de uma taxa de 0,39% em janeiro para 0,11% em fevereiro, uma contribuição de 0,02 ponto percentual. Nos dois primeiros meses do ano, as carnes ficaram 7,42% mais baratas.

O custo da alimentação no domicílio cresceu 0,06% em fevereiro, após um avanço de 0,20% em janeiro. Apesar da trégua das carnes, as fa­mílias pagaram mais pelo to­mate (18,86%) e pela cenoura (19,83%). Nos dois primeiros meses do ano, o preço do toma­te já subiu 35,17%, enquanto a cenoura aumentou 36,51%.

“Com essas altas no tomate e cenoura, principalmente, aca­bou compensando (queda das carnes). As hortaliças também”, explica Pedro Kislanov, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE. A alimen­tação fora do domicílio subiu 0,22% em fevereiro, ante um aumento de 0,82% em janeiro. A refeição ficou 0,35% mais cara em fevereiro, enquanto o lanche aumentou 0,02%.

Quatro dos nove grupos de despesas que integram o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo registra­ram deflação em fevereiro. As famílias gastaram menos no mês com vestuário (-0,73%), habitação (-0,39%), transportes (-0,23%) e artigos de residência (-0,08%).

A maior pressão no IPCA foi do grupo educação, com alta de 3,70% e impacto de 0,23 ponto, praticamente responsá­veis por toda a taxa de 0,25% do IPCA no mês. Os reajustes das mensalidades escolares pe­saram no orçamento das famí­lias. Os cursos regulares ficaram 4,42% mais caros, item respon­sável pela maior contribuição individual, de 0,20 ponto.

Os cursos diversos aumen­taram 2,67%, com impacto de 0,02 ponto. No mês de fevereiro do ano passado, os gastos com Educação tinham aumentado 3,53%. Em fevereiro de 2018, a alta foi de 3,89%. Também houve pressão de elevações em saúde e cuidados pessoais (alta de 0,73% e impacto de 0,10 ponto percentual na inflação), alimentação e bebidas (0,11%), despesas pessoais (0,31%) e co­municação (0,21%).

Em saúde e cuidados pessoais, os itens de higiene pessoal subiram 2,12%, com impacto de 0,08 ponto por­centual para o IPCA de feve­reiro, após a queda de 2,07% no mês anterior. Já os preços dos produtos farmacêuticos caíram 0,38%, contribuição de -0,01 ponto percentual.

No grupo comunicação, houve pressão dos reajustes nos preços dos serviços postais, que levaram o item correio a uma alta de 17,30%, com impacto de 0,01 ponto percentual no IPCA do mês.

As famílias gastaram 0,23% a menos com transportes em fevereiro, um impacto nega­tivo de 0,05 ponto percentual no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo. A ga­solina ficou 0,72% mais barata, uma contribuição negativa de 0,04 ponto percentual para a inflação do mês.

Já o etanol subiu 0,96%. As passagens aéreas tiveram redução de 6,85%, um impac­to também de -0,04 ponto. Houve reajustes em diversas modalidades de transporte pú­blico, como os ônibus urbanos (0,36%), os ônibus intermuni­cipais (1,95%), os trens (0,87%) e o metrô (0,55%).

A queda no custo da con­ta de luz reduziu os gastos das famílias com habitação em fe­vereiro. O grupo teve um recuo de 0,39%, um impacto negativo de 0,06 ponto sobre a inflação, após uma alta de 0,55% em ja­neiro. O item energia elétrica encolheu 1,71%, com contri­buição de -0,08 ponto percen­tual para o IPCA de fevereiro, em função da entrada em vigor da bandeira tarifária verde, em que não há cobrança adicional na conta de luz.

O IPCA abrange famílias com renda mensal entre um e 40 salários mínimos – de R$ 1.045 a R$ 41.800 – das regiões metropolitanas de Fortaleza (CE), Belo Horizonte (MG), Re­cife (PE), Vitória (ES), São Pau­lo (SP), Belém (PA), Salvador (BA), Porto Alegre (RS), Curiti­ba (PR), Rio de Janeiro (RJ), em Brasília (DF), e nos municípios de Goiânia (GO), Campo Gran­de (MT), Rio Branco (AC), São Luís (MA) e Aracaju (SE).

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