O número de casos confirmados de novo coronavírus (Covid-19) no Brasil subiu de 25 para 34 nas últimas 24 horas, informou o Ministério da Saúde nesta terça-feira, 10 de março. Os pacientes estão em São Paulo (19), Rio de Janeiro (oito), Bahia (dois), Minas Gerais (um), Espírito Santo (um), Rio Grande do Sul (um), Distrito Federal (um) e Alagoas (um).
A contaminação voltou a subir após ter ficado estável de domingo (8) para segunda-feira (9). O número de casos suspeitos do novo vírus caiu de 930 para 893. Os estados com mais pessoas monitoradas por possibilidade de estarem infectados são o de São Paulo (302), Minas Gerais (122), Rio de Janeiro (199) e Rio Grande do Sul (70).
No recorte por região, o Sudeste concentra o maior número de pacientes com suspeitas (544), seguido do Sul (145) e Nordeste (111). O ministério já descartou 780 análises de novo coronavírus. O Rio Grande do Sul entrou ontem na lista de estados com casos confirmados. O paciente é um homem de 60 anos que esteve em Milão, na Itália. Ele vive em Campo Bom, na região do Vale dos Sinos, a cerca de 55 quilômetros de Porto Alegre.
Apenas três estados não têm casos confirmados ou suspeitos: Roraima, Amapá e Tocantins. O Maranhão, que estava nesta condição até ontem, registrou dois casos suspeitos e dois pacientes com a infecção descartada. No Distrito Federal, a paciente infectada após uma viagem para o Reino Unido está internada no Hospital Regional da Asa Norte (Hran).
Segundo a Secretaria de Saúde do DF, ela apresenta quadro grave e instável e teve piora desde ontem, com febre e síndrome respiratória aguda severa. Além disso, o marido foi obrigado – após decisão judicial – a realizar teste para a doença e se manter isolado, o que conforme a secretaria foi cumprido. Ainda não há resposta sobre o resultado do exame.
Coronavírus no mundo
O Ministério da Saúde também divulgou a atualização dos casos de Covid-19 em todo o mundo, considerando informações até o fim da tarde. No total, foram mapeados 109,5 mil casos, além de 3,8 mil mortes. A taxa de letalidade, que estava em 3,39%, subiu para 3,48% em comparação com o balanço anterior, com contabilizações de domingo.
A China concentra o maior número de casos (80,9 mil), seguida da Coreia do Sul (7,38 mil), Itália (7,37 mil), Irã (6,5 mil) e França (1,1 mil). Já no tocante às taxas de letalidade, os Estados Unidos lideram (5,16%), seguidos da Itália (4,96%), China (3,86%) e Irã (2,95%).
Medidas
Dos casos confirmados no Brasil, 28 foram infectados em viagens ao exterior e seis foram oriundos da chamada transmissão local – quando uma pessoa infectada que está no país contamina outra. Com a disseminação, não será mais feito o monitoramento de quem chega ao Brasil de países específicos, mas de voos de toda a América do Norte, Europa e Ásia.
Além destes, serão monitorados viajantes que vem da Austrália, Argélia e Equador. Pacientes com resultados negativos para outros vírus também devem ser testados para o Covid-19. De acordo como Ministério da Saúde, 90% dos casos podem ser tratados em casa ou em postos de saúde. Visando reforçar esses locais, o governo anunciou que estenderá o programa “Saúde na Hora”, dando incentivos a municípios para investimento em unidades de saúde com uma ou duas equipes. A estimativa é que sejam aplicados até R$ 900 milhões na iniciativa, denominada “Saúde na Hora 2.0”.
Mas para o atendimento em hospitais, o ministério informou que pretende agilizar a habilitação de leitos como forma de melhoria da estrutura de atendimento. Uma alternativa em casos de esgotamento da capacidade das unidades em locais específicos poderá ser a locação de leitos.
De acordo com o secretário-executivo da pasta, João Gabbardo dos Reis, a liberação de verbas para o “Saúde na Hora 2.0” e para a implantação de leitos será analisada considerando o risco de disseminação do novo coronavírus na cidade ou estado. “Estamos trabalhando com recursos a partir da necessidade. Ele vai ser liberado a medida que nós tivermos casos”, explicou durante entrevista coletiva.