A prefeitura de Ribeirão Preto, por meio da Secretaria Municipal da Cultura, abriu processo de licitação para contratação de empresa que ficará responsável pelos serviços de manutenção dos museus Histórico e de Ordem Geral Plínio Travassos dos Santos e do Café Coronel Francisco Schmidt, no chamado “Complexo dos Museus”, no campus da Universidade de São Paulo (USP).
O aviso de licitação da concorrência nº 001/2020 (processo de compras nº 036/2020) foi publicado no Diário Oficial do Município (DOM) de quinta-feira, 5 de março. O valor estimado do serviço é de R$ 1.531.336,27. A verba é proveniente de crédito com o Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa) da Caixa Econômica Federal.
A empresa vencedora da licitação terá um prazo de seis meses para execução dos reparos necessários. A primeira etapa prevista é a de descupinização e criação de uma barreira química para que os insetos não retornem ao local, seguida da recuperação da argamassa e do revestimento das paredes internas dos prédios e reforços estruturais, de acordo com diagnóstico de necessidade.
As etapas posteriores contemplam reparos no forro, pisos, janelas, venezianas, portas, rede elétrica e muros externos dos museus. Será refeita a cerca de madeira do entorno do Complexo e dada a devida manutenção ao paisagismo frontal. A manutenção deverá atentar-se quanto a não descaracterização da arquitetura eclética original, seguindo diretrizes do Corpo Técnico de Apoio do Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural do Município de Ribeirão Preto (Conppac).
A retirada do edital deve ser feita no Departamento de Materiais e Licitações – Divisão de Compras – da Secretaria Municipal da Administração, na Via São Bento s/nº, no Jardim Mosteiro, das oito às 17 horas. Não há custo e o texto está no portal da prefeitura de Ribeirão Preto, na íntegra, basta acessar o site www.ribeiraopreto.sp.gov.br.
As empresas interessadas em participar do certame têm até às 8h30 de 6 de abril para entregar as propostas. Os envelopes serão abertos no mesmo dia. Recentemente, a administração anunciou licitação com o objetivo de contratar empresa para a elaboração dos projetos executivos de restauração dos museus. Esta etapa antecede as obras e o valor máximo previsto em edital é de R$ 402 mil.
O “Complexo dos Museus”
Com o objetivo de contar a história do “ciclo do café” em Ribeirão Preto e no Brasil, Plínio Travassos dos Santos começou a recolher e colecionar objetos alusivos a cultura do “ouro verde”. Em 20 de janeiro de 1955, já com um número significativo de objetos, foi inaugurado o Museu do Café, instalado provisoriamente, em três salas e três corpos das varandas que circundam o edifício do Museu Histórico. O prédio do Museu do Café Coronel Francisco Schmidt foi inaugurado oficialmente em 26 de janeiro de 1957, no campus da Universidade de São Paulo (USP).
O Museu Histórico e de Ordem Geral começou a sair do papel em 1938, por iniciativa do seu patrono Plínio Travassos dos Santos. Com o objetivo de criar um Museu em Ribeirão Preto. A criação foi oficializada em julho de 1949. Em 1950, o município recebeu por empréstimo a casa-sede (antigo Solar Schmidt) da Fazenda Monte Alegre. Este imóvel e a área circundante foram posteriormente doados (em regime de comodato) mediante autorização legal. Em 28 de março de 1951, instalado definitivamente no antigo Solar Schmidt, o museu foi inaugurado, com as seções Artes, Etnologia Indígena, Zoologia, Geologia e Numismática.
Os Museus Histórico e do Café abrigam um dos mais importantes acervos relacionados ao café, formado por cerca de três mil objetos, dentre eles documentos históricos, fotografias, numismática, etnologia indígena, mineralogia, mobiliário, indumentária, além de obras de arte como pinturas e esculturas de artistas de renome como Victor Brecheret, Rodolfo Bernardelli, José Pereira Barreto, Tito Bernucci, Oscar Pereira da Silva, J. B. Ferri, Odete Barcelos, Colette Pujol, muitas com temática histórica.