Uma das festas populares mais animadas e representativas do mundo já começou. Durante cinco dias, um país inteiro sai para dançar e se divertir, as diferenças sociais, raciais e religiosas se diluem num caldeirão de ritmos que proliferam do Oiapoque ao Chuí. A exuberância dos nossos recursos naturais, a beleza de um povo mestiço, a animação despreocupada dos foliões pede passagem e ganham as ruas e avenidas.
Um caldeirão de ritmos, culturas, credos, etnias, cores e alegria. O Carnaval é praticamente um tratado sociológico, que resume bem o que é o Brasil – um País de dimensões continentais, pautado pela miscigenação dos seus mais de 200 milhões de habitantes. Dos rincões do Brasil às capitais, nem Mario de Andrade imaginaria a diversidade do cardápio festivo. Cada cidade brinca de acordo com seus costumes, mas a alegria contagiante é uma só. Essa é a síntese da maior festa popular do mundo.
Uma festa mestiça e democrática, onde pierrôs e colombinas embalados pelas marchinhas, o carro de som de Dodô e Osmar, o frevo, a ciranda e o maracatu encontram-se com o moderno, a pirotecnia dos desfiles de escolas de samba, o axé dos trios elétricos.
Confetes, serpentinas, muito brilho e fantasias tomam as ruas, ladeiras e sambódromos do País todo em uma onda festiva onde todos são bem-vindos, todos são iguais e todos querem brincar. Atrás do trio elétrico, em meio à multidão dos blocos, nas escolas de samba ou no conforto do lar, todo brasileiro aproveita o Carnaval – inclusive para descansar e fazer retiros espirituais.
Os mais animados se fantasiam, reúnem os amigos e a família e vão para as ruas dançar e celebrar. Mas sempre cabe respeito em meio a tanta festa, e este deve ser o tom desses dias animados. É preciso brincar o Carnaval de forma sadia. É o respeito que faz com que a festa seja alegre, não motivo de problemas.
Respeito pelas pessoas, transfigurado em atitudes positivas com as mulheres. Respeito às pessoas mais velhas que não têm tanta mobilidade e necessitam de um pouco de paciência dos mais jovens para também entrar na folia.
Mas não se esqueça de respeitar você mesmo. Respeite os limites do seu corpo. Boa festa é aquela cheia de lembranças. Protetor solar, alimentação equilibrada, muita água e um sorriso no rosto completam o kit necessário para fazer do Carnaval um sonho.
É preciso também se lembrar que para uma boa festa: há pessoas que estão ali para trabalhar dignamente, sem atrapalhar a folia de ninguém, pelo contrário, para deixá-la ainda melhor. Então respeite catadores, seguranças, vendedores, policiais e toda gama de gente que vê no Carnaval uma oportunidade de renda.
As atividades turísticas relacionadas ao Carnaval deverão alcançar neste ano o maior o volume de receitas desde 2015, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A estimativa é que o faturamento no Carnaval deverá ser de cerca de R$ 8 bilhões, um aumento real de 1% em relação ao ano passado.
O verdadeiro segredo do nosso Carnaval está na alegria contagiante de um povo batalhador que sabe como ninguém celebrar a vida, integrar e interagir. Então, vista sua fantasia, esqueça por um instante os problemas cotidianos, chame os amigos e caia na folia. Na quarta-feira de cinzas, com energia renovada, continuamos nossa caminhada.
Desejo a todos um ótimo Carnaval!