Diante da situação de alerta que se instalou em todo o mundo após a descoberta e a epidemia do coronavírus na China, muitas dúvidas começaram a ser levantadas pela população.
De acordo com o Ministério da Saúde, os primeiros coronavírus humanos foram identificados em meados da década de 1960. A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Entre eles estão o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.
O novo agente desse vírus, chamado de novo coronavírus – nCoV-2019, foi descoberto no fim de dezembro de 2019 após ter casos registrados na China.
Segundo a médica infectologista, Karen Mirna Loro Morejón, essa nova variante é o que está causando preocupação aos cientistas. “A origem ainda não está esclarecida. No momento, acredita-se que a fonte primária do vírus seja um mercado de frutos do mar e animais vivos em Wuhan, na China”, ressaltou.
A médica esclarece, ainda, que por ser uma doença de transmissão respiratória e sem uma origem definida, fica difícil encontrar meios que possam combater o vírus. “Há facilidade para transmissão. Porém, não se sabe, até esse momento, os motivos dessa taxa de infectividade”, informou.
No Brasil, até noite de sexta-feira, 7 de fevereiro, foram registrados 8 casos suspeitos em investigação para o coronavírus (nCoV-2019), em cinco estados, mas nenhum deles foi confirmado. São Paulo é o que, neste momento, apresenta mais casos suspeitos: são três em investigação.
“Ainda não sabemos se teremos uma epidemia no Brasil, mas por ser uma infecção de disseminação respiratória, há reais chances de termos casos no nosso país. A China tem tomado medidas intensas para bloquear a disseminação, mas esse cenário pode mudar”, afirmou Karen.
O Ministério da Saúde tem realizado monitoramento diário da situação do coronavírus (nCoV-2019) junto à Organização Mundial da Saúde, que acompanha o assunto desde as primeiras notificações, em 31 de dezembro de 2019.
Por isso, com o intuito de manter a população informada a respeito do coronavírus (nCoV-2019), o Governo do Brasil passou a atualizar diariamente, a partir do dia 31 de janeiro de 2020, informações na Plataforma IVIS, com números de casos suspeitos, confirmados e descartados, além das definições desses casos e eventuais mudanças que ocorrerem em relação a situação epidemiológica do coronavírus (nCoV-2019).
Ribeirão Preto
No dia 30 de janeiro, o prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) reuniu-se com técnicos da Secretaria Municipal da Saúde e com o titular da pasta, Sandro Scarpelini, no Palácio Rio Branco, para tratar de medidas preventivas contra o coronavírus.
A Secretaria passou a adotar, desde o dia 3 de fevereiro, um sistema de notificações em tempo real para agilizar a prevenção e o atendimento a eventuais casos suspeitos do novo coronavírus na cidade.
“A Companhia de Desenvolvimento Econômica (Coderp) vai informatizar de maneira que os nossos profissionais nas unidades, quando tem a suspeita, já façam a notificação em tempo real. A Vigilância Epidemiológica do município vai ficar sabendo e essa informação já sobe para o Ministério [da Saúde]”, afirmou o secretário Sandro Scarpelini.
Serão considerados casos suspeitos as pessoas com febre, sintomas de gripe e resfriado e que, inicialmente, tenham recentemente viajado para a China. A Secretaria Municipal da Saúde vai colher secreções nasais, exame de sangue e, dependendo do caso, se for grave, será encaminhado ao hospital. Caso contrário a quarentena vai ser feita na casa do paciente.
Dicas
Por conta de todo o alarde feito em virtude da disseminação do vírus, a médica infectologista Karen Mirna Loro Morejón dá algumas dicas para evitar o contágio e alerta a população para alguns hábitos.
– Evitar contato próximo com pessoas com infecções respiratórias agudas;
– Lavar frequentemente as mãos, especialmente após contato direto com pessoas doentes ou com o meio ambiente, e antes de se alimentar;
– Usar lenço descartável para higiene nasal;
– Cobrir nariz e boca ao espirrar ou tossir;
– Não tocar nas mucosas dos olhos;
– Higienizar as mãos após tossir ou espirrar;
– Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;
– Manter os ambientes bem ventilados;
– Evitar contato próximo com animais selvagens e animais doentes em fazendas ou criações.
Laboratórios brasileiros estão prontos
Os laboratórios dos institutos Adolfo Lutz, em São Paulo, e Evandro Chagas, no Pará, e a Fundação Osvaldo Cruz, na capital paulista, estão prontos para os exames de detecção do coronavírus. Para a proteção dos profissionais de saúde da rede pública, o governo promete lançar licitação para aquisição emergencial de equipamentos de proteção individual. O quantitativo de materiais a serem adquiridos ainda está sendo definido. Entre os itens estão máscaras cirúrgicas, gorro, protetor facial e luvas.
Outra ação do governo em meio a disseminação do vírus internacionalmente foi reativar o Grupo Executivo Interministerial de Emergência em Saúde Pública, que já atuou em outras emergências de saúde pública, como a da influenza. Coordenado pelo Ministério da Saúde, o grupo reúne representantes de órgãos como Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ministério da Defesa, Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, Ministério do Desenvolvimento, Gabinete de Segurança Institucional e Agência Nacional de Vigilância Sanitária.