Pesquisa realizada para o Fórum Econômico Mundial revelou que sete em cada dez brasileiros (68%) dizem ter modificado hábitos de consumo por causa da preocupação com as mudanças climáticas: 25% contam que fizeram muitas modificações e 43% fizeram algumas. Por outro lado, 20% negam qualquer alteração nesse sentido. Os dados são da pesquisa “Climate Change and Consumer Behavior”, realizada pela Ipsos Consultoria para o Fórum Econômico Mundial.
No Brasil, o hábito que mais mudou foi a quantidade de água utilizada em casa: 66% dos entrevistados afirmam que alteraram essa questão. O segundo ponto foi o volume ou freqüência da reciclagem (52%), juntamente com a quantidade de energia elétrica utilizada em casa (52%). Logo depois aparece volume ou frequência da reutilização de produtos (48%).
Mundialmente o ranking dos comportamentos que mais mudaram é semelhante ao brasileiro (com alguns percentuais diferentes): quantidade de água usada em casa (60%), reciclagem (57%), uso de energia elétrica (55%) e reutilização de produtos (50%).
A pesquisa on-line foi realizada com 19,9 mil entrevistados em 28 países, incluindo o Brasil, entre 25 de outubro e 8 de novembro de 2019. A margem de erro para o Brasil é de 3,5 pontos percentuais.
Canecas no lugar de copos plásticos
Desde o final de 2019, cerca de mil funcionários do Grupo Stéfani Ribeirão Diesel, deixaram de usar os copos plásticos diariamente. Eles substituíram os copos plásticos descartáveis pelos permanentes de polipropileno através de uma campanha ambiental interna que visa a conscientização de todos os colaboradores.
A mudança foi resultado de um estudo feito no período de janeiro a outubro de 2019, em quatro empresas do grupo: Stéfani Diesel, Itacuã VW, Stéfani Massey e Ribeirão Diesel, todas em Ribeirão Preto. O levantamento apontou que, em um período de dez meses, elas utilizavam, em média, 557 mil copos plásticos de 50 e 150 ml.
Além de resultar em economia de gastos, a ação busca conscientizar todo o time das vinte e duas empresas que formam o grupo sobre a necessidade de cuidados com os recursos naturais.
Outra empresa de Ribeirão Preto que está investindo no conceito “ecologicamente correto” é a Ruecler Take Away. A loja do setor de alimentos acaba de lançar uma campanha de retorno de suas sacolas personalizadas – todas em papel kraft, um recurso renovável, também reciclável, biodegradável e compostável.
A cada dez sacolas devolvidas pelo cliente ele ganha um brownie como recompensa. As sacolas recolhidas serão encaminhadas para reciclagem. O gerente da RTA, Guilherme Cochoni, explica que a ideia da campanha é incentivar os clientes a compreenderem a importância da reciclagem e conscientizá-los sobre a necessidade de se preservar os recursos naturais. “A empresa entende que tem papel importante no esforço para minimizar os impactos ambientais, por isso, usamos sacolas de papel biodegradável”, explica.
Canudos plásticos serão proibidos a partir de fevereiro
Começa a valer no dia 15 de fevereiro a lei estadual que proíbe o fornecimento de canudos confeccionados em material plástico no Estado de São Paulo. Regulamentada por decreto do governador João Dória (PSDB), publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) em 16 de outubro do ano passado, a lei veda a distribuição de canudos de plásticos em estabelecimentos comerciais como hotéis, bares, restaurantes, padarias e clubes, entre outros. Os comerciantes tiveram 120 dias – a partir da publicação – para se adequarem a nova legislação. De acordo com a nova lei, as multas poderão variar de R$ 552,20 a R$ 5.522,00 no caso de reincidências. Na primeira autuação, a multa será de 20 Unidades Fiscais do Estado do São Paulo (Ufesps, cada uma vale R$ 27,61 neste ano), e a cada reincidência o valor será dobrado podendo alcançar 200 unidades fiscais. A Fundação Procon será o órgão responsável pela fiscalização e autuação dos estabelecimentos comerciais. Em Ribeirão Preto, oito fiscais do núcleo estadual na cidade deverão ser responsáveis pelo trabalho. O valor arrecadado com as multas será dividido: 50% será destinado ao Fundo Estadual de Prevenção e Controle da Poluição (Fecop) e a outra metade ao Procon para aplicação em programas de educação, prevenção e fiscalização relacionados ao consumo sustentável. Como a lei não contempla a fabricação de canudos de plásticos, mas sim o seu fornecimento em determinados estabelecimentos comerciais, a Fundação Procon anunciou na época da sanção da lei que iria conversar com os fabricantes desse tipo de material para sensibilizar o setor sobre a substituição do canudo de plástico por outro material que não prejudique o meio ambiente. Em resposta ao Tribuna a Fundação afirmou que está finalizando os procedimentos para a fiscalização. Em 2018 Ribeirão Preto já havia tentado proibir a comercialização de canudos e copos plásticos com um projeto do vereador Luciano Mega (PDT), mas ele foi rejeitado pela Câmara. Na época, 22 parlamentares votaram contra. Vários deles argumentaram que o projeto não tinha embasamento legal.