O número de inadimplentes em Ribeirão Preto aumentou 2,22% em novembro deste ano na comparação com o mesmo período de 2018, de 257.830 para 263.558, com 5.728 devedores a mais. Significa que 37,47% da população da cidade, estimada em 703.293 habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tem alguma conta em atraso, aponta a Serasa Experian.
Os dados de novembro são os mais atuais, segundo a Serasa, que ainda não fechou os de dezembro. O índice de evolução da inadimplência em Ribeirão Preto supera a média estadual e a nacional. No estado de São Paulo, o número de devedores avançou 1,5% em um ano, de 15.120.239 no 11º mês de 2018 para 15.346.815 no mesmo período de 2019, aporte de 226.576 inadimplentes. No Brasil, passou de 62.664.922 para 63.840.968, alta de 1,9% – são 1.176.046 pessoas a mais com o Cadastro de Pessoa Física (CPF) negativado.
No entanto, em relação a outubro deste ano, quando a cidade tinha 263.214 inadimplentes – ou 37,42% da população –, o quadro é de estabilidade, com leve alta de 0,13% ou 344 devedores a mais. Muita gente aproveitou o décimo terceiro salário e o saque imediato do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para quitar dívidas. Ribeirão Preto fechou o ano de 2018 com 253.260 devedores, alta de 5,7% em relação aos 239.507 de dezembro de 2017, acréscimo de 13.753 pessoas.
Segundo a Serasa Experian, em novembro o valor médio da dívida per capita no estado de São Paulo era de R$ 4.664,23. Com base neste valor, o montante da inadimplência em Ribeirão Preto no mesmo mês era bilionário, de R$ 1.229.295.130,34. Em todo o Brasil, a média era de R$ 4.013,62. De acordo com a consultoria, o volume de dívidas atrasadas e negativadas recuou 3,3% entre novembro de 2018 e do ano passado – baixou de 234,4 milhões para 226,6 milhões nos doze meses seguintes.
As dívidas negativadas podem gerar a inclusão do nome da pessoa inadimplente em listas mantidas por instituições de proteções de crédito, como Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e Serasa, o que impede a obtenção de empréstimos e financiamentos. Em novembro de 2018, cada pessoa inadimplente deixou de honrar, em média, o pagamento de 3,7 contas. A proporção foi reduzida para 3,5 contas em 2019.
Contas
De acordo com o Serasa Experian, a quitação de contas de serviços de telecomunicação, como de internet e telefone, foi o que mais colaborou para o resultado apurado. Em comparação com novembro de 2018, este setor fechou novembro de 2019 com uma redução de 2,4 pontos percentuais na taxa de inadimplência, representando 10,4% do total.
Já as dívidas com bancos e cartões, que permaneciam em aberto, eram a maioria, representando 28,1% do total, com variação positiva de 0,6 ponto percentual, ante novembro de 2018. No setor de serviços, constatou-se a mais alta variação, de 0,8 ponto percentual. Nesse caso, as contas atrasadas respondiam por 11% do total registrado em novembro de 2019, enquanto as financeiras representavam 9,4%, queda de 0,1 ponto.
O varejo respondia por 12,8%, aumento de 0,6 ponto, e o setor de utilities – utilidade pública, como contas de água, de luz e de gás – representavam 20,4%, alta de 0,7 ponto percentual. Para o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, os números sinalizam que as pessoas inadimplentes começaram a organizar seus débitos, aproveitando, principalmente, as últimas ações de feirão de renegociação. Para ele, mais pessoas deixarão essa condição, gradualmente, nos próximos meses.
Evolução da inadimplência em Ribeirão Preto
Em relação a janeiro, quando 256.446 ribeirão-pretanos estavam endividados, a alta em setembro chega a 2,8%, com aporte de 7.112 inadimplentes. O pico deste ano foi registrado em abril, quando 266.374 moradores da cidade tinham alguma conta pendente, 37,9% da população. O menor número foi constatado em fevereiro, com 256.287 devedores. Em março eram 263.025, em maio 260.493, em junho de 265.097, em julho eram 263.760, em setembro 262.188 ribeirão-pretanos tinham alguma dívida pendente e, em agosto, eram 262.764.