Logo depois que Martim Afonso de Souza, em 1532, lançou as fundações de seu engenho de cana e das primeiras casas da Vila de São Vicente, os jesuítas chegaram ao Brasil, junto com o Governador Geral Mem de Sá. Na Bahia, fundaram a primeira escola primária da colônia. Chefiados por Manuel da Nóbrega e contando com a participação de José de Anchieta, logo chegaram a São Vicente, onde iniciaram a construção da segunda escola primária nas terras recentemente descobertas.
A Companhia de Jesus, cujos membros são chamados jesuítas, nasceu na Universidade de Paris, em 1534, quando o basco Ignácio de Loyola convenceu cinco colegas a apoiarem a Contra Reforma. A Igreja Católica vinha enfrentando o protestantismo, que se espalhava rápido pelos países mais desenvolvidos da Europa. Reagiu, convocando o Concílio deTrento, que a reorganizou. A proposta de Ignácio de Loyola era criar uma ordem religiosa com moldes militares, de rígida disciplina e cega obediência à Igreja (“Acredito que o branco que eu vejo é preto, se a Hierarquia da Igreja assim o determinar”, dizia), com foco na difusão do ensino, através da fundação de escolas.
O grande desafio dos jesuítas de São Vicente era conquistar a muralha que se estendia à sua frente, a Serra do Mar. Vencido o obstáculo com muita dificuldade, Manoel da Nóbrega e Anchieta chegam ao Planalto Paulista e, em 25 de janeiro de 1554, fundam o Colégio de São Paulo de Piratininga, acrescentando ao nome do santo a denominação indígena da região. Estava lançada a base para a criação da maior cidade do país e uma das maiores do mundo. O Estado de São Paulo, que se formaria no futuro, teria o privilégio de hospedar a primeira povoação e a maior cidade do País.
Protegida pela serra, a cidade cresceu devagar e ficou praticamente isolada. Anchieta dedicava-se a aprender a língua tupi-guarani para catequizar os nativos. No século XVII, a cidade gerou os bandeirantes, mateiros desaforados que, em busca de ouro e pedras preciosas e de índios para escravizá-los, foram alargando o contorno de nosso país. Não fossem os bandeirantes paulistas e o Brasil não teria o enorme território de hoje. Foram os bandeirantes que também descobriram as minas gerais, que encheriam de ouro o rei de Portugal, no início do século XVIII.
Em 1822, a cidade foi palco da Independência do Brasil, quando D. Pedro, às margens do Ipiranga, rasgou os laços de subordinação a Portugal. Em 1827, viu nascer a primeira escola de Direito do país, colocada no velho Convento de São Francisco. Mas, não se localizava no eixo de progresso econômico do País.
Foi só com o crescimento da lavoura cafeeira que a cidade começa a se destacar economicamente. Acolhendo grandes levas imigratórias e lançando-se a uma industrialização rápida, a cidade define seus rumos de crescimento contínuo.
Hoje, a cidade possui 12,2 milhões de habitantes em seu município e 21,5 milhões de habitantes em sua região metropolitana. É centro de geração de novas tecnologias, de escolas das mais variadas, de comércio moderno e pujante, de uma vida cultural e gastronômica únicas no Brasil. Seu PIB é o terceiro do país, suplantado apenas pelo PIB nacional e o do Estado de São Paulo. O trabalho é a sua característica maior. Centro financeiro internacional, abriga a maior Bolsa de Valores do País.
Todos nós, paulistas de nascença ou de adoção, embora não tenhamos vindo à luz na metrópole, nos orgulhamos de nossa capital. Por isso, o 25 de janeiro é uma data tão importante.