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É o silêncio que dialoga com o Criador!

A vida pode ser uma sucessão de coincidências felizes, de encontros prazerosos, de união entre as pessoas. Mas nem sempre é isso o que vemos ao nosso redor. Na correria diária, são muitos os “ruídos” que tiram o nosso sossego e atrapa­lham a nossa convivência. É o silêncio que dialoga com o Criador! No ano que iniciamos, somos convidados ao difícil exercício do silêncio, que nos ajudará a sermos melhores diante de nós mesmos, dos outros e principalmente porque ouviremos o que nos tem a dizer nosso Criador!

Por vezes nos tornamos porta-vozes da difamação ao invés de instrumentos da Paz. Quando não tivermos nada de bom para falar de algo ou sobre alguém, o silêncio será nossa voz e ecoará no coração misericordioso do Pai. O silêncio nem sempre é um exercício fácil, principalmente em meio a tantos meios tecnológi­cos modernos, bem como a liberdade de expressão!

Na era da Internet, toda e qualquer mensagem se propaga num piscar de olhos. Fatos que ocorrem num canto do pla­neta atravessam fronteiras, chegando a outras cidades, outros países e continentes com a rapidez de um clique. Alimentadas pela fofoca, histórias que envolvem a intimidade das pessoas tomam proporções inimagináveis e invadem nossos lares como se fossem verdades absolutas. E essas histórias fomen­tam antipatias, preconceitos e desprezo.

Outro agente semeador de discórdia é a necessidade que alguns têm de impor suas idéias e sua maneira de ser. Pare­cem querer provar a si mesmos que são superiores aos outros. Muitas pessoas gostam de recitar a Oração de São Francisco, como um poema em homenagem à Paz. É fundamental que todos compreendam que a construção desta Paz, em nível mundial ou dentro de casa, depende de cada um de nós. Depende de uma mudança de conduta pessoal.
Nas palavras de São João Paulo II e retomadas pelo amado Papa Francisco, num discurso que fez em Assis, a Paz é descrita como um canteiro de obras aberto a todos: “A paz é uma responsabili­dade universal: passa através de milhares de pequenos atos da vida cotidiana. Por seu modo cotidiano de viver com os outros, as pessoas optam pela Paz ou a descartam”.

Sempre que deparamos com a tentação da discórdia, é bom lembrar o exemplo da Família de Nazaré. Foram mui­tas as apreensões vividas por Maria, José e o Menino Jesus enquanto buscavam um lugar seguro para morar, mas em nenhum momento perderam o sentido da união. Mantive­ram-se juntos para o que desse e viesse.

Assim também deve ser a nossa vida. Não podemos nos perder uns dos outros. E, mais importante ainda, não pode­mos nos perder de Deus, que é a fonte de toda união. Não nos afastemos de sua Palavra em nossa vida pessoal, familiar, social e profissional. A fé em Deus nos ensina a contribuir para a união entre os seres humanos.

Esse discernimento nos leva a refletir antes de realizar­mos toda e qualquer ação. A reflexão é o exercício dos sábios. Quando desenvolvemos o hábito de refletir, conseguimos criar um equilíbrio entre razão e emoção, atuando com mais cordialidade e gentileza. Nossas palavras serão mais adequadas, nossas conversas mais oportunas e positivas. Nossas decisões serão mais justas. Nosso comportamento dará aos outros a certeza de que é o silêncio que dialoga com o Criador!

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