Nos últimos anos, a Dell passou a dar uma importância grande para os jogos, percebendo que o mercado de PCs e notebooks mudou radicalmente. A linha Alienware ganha cada vez mais peso dentro dos negócios da companhia, que certamente procura expandir o alcance da família de produtos. É aí que entra o Concept UFO, um novo conceito de plataforma de jogos para PC.
A inspiração é muito clara: a Dell viu o que a Nintendo fez com o Switch e pensou em uma forma de aplicar a mesma ideia para games do PC. O UFO é, na prática, um console portátil que roda seus jogos localmente, mas que pode ser colocado em um dock para executar os jogos em um sistema mais convencional.
A empresa deu ao Olhar Digital a oportunidade de testar o UFO, mas deixou claro que o aparelho ainda é um conceito: isso significa que a empresa está explorando a ideia e interessada em saber a reação do público, mas não está pronta para colocar o dispositivo no mercado. Por este motivo, a companhia decidiu não falar uma palavra sobre quais são as especificações do aparelho ou sua expectativa de preço. Isso porque, claro, se um dia o produto realmente chegar ao mercado, ele pode passar por mudanças drásticas até lá.
O que é possível falar sobre o aparelho, portanto, são apenas impressões superficiais. Primeiramente, o UFO se mostrou extremamente capaz de rodar jogos em uma boa qualidade, mesmo no modo portátil. Os jogos foram capazes de sustentar uma boa taxa de quadros e uma resolução aceitável, mas é fato que ele não é capaz de competir com um PC de alto desempenho em um tamanho compacto (pelo menos não com um gerenciamento responsável e racional de temperatura).
Durante os testes, pudemos experimentar dois jogos: “Mortal Kombat 11”, edição mais recente de um dos principais jogos de luta, e “F1 2019”, simulador de Fórmula 1, o que já deixa uma coisa clara: o UFO é baseado em Windows, já que estes games nunca foram lançados para Linux. Considerando a discrepância nos catálogos de games disponíveis para Windows e para Linux, essa é uma boa decisão por parte da Dell. Isso dito, o aparelho apresenta uma interface própria de seleção de games, um launcher Alienware.
Um ponto interessante está nos “Joy-Cons” (por falta de uma palavra melhor) do UFO. Como no Switch, eles se acoplam diretamente a um tablet, mas também podem ser conectados a uma base para funcionarem como um único controle. A Dell conta que percebeu uma certa fricção no processo de encaixar e remover os controles e surgiu com uma solução interessante: imãs. Com isso, os “Joy-Cons” se encaixam automaticamente nas bases, bastando deslizar até sua posição definitiva. Como dono de um Switch, foi uma melhoria fácil de perceber e que seria muito bem-vinda em uma possível atualização do console da Nintendo.
Ainda sobre os controles, executivos da Dell contam que eles foram desenvolvidos pensando em ergonomia para múltiplos públicos. Jogadores do Switch que têm mãos grandes sabem do que eu estou falando. É fácil perceber que a empresa se preocupou em fazer controles robustos, mas que podem ser segurados em diferentes posições para adaptar-se a diferentes tamanhos de mãos. O simples fato de que os gatilhos têm um tamanho decente já torna a plataforma mais viável para jogos de tiro, extremamente popular entre os PC gamers, que não são tão populares no Switch.
A impressão que eu tive sobre o UFO é que a Dell olhou para o Switch e pensou: “e se fizermos algo similar, mas sem as restrições orçamentárias que a Nintendo precisou enfrentar para lançar um console de US$ 300?”. Isso resultou em um aparelho, que apesar de ainda estar em fase conceitual, é extremamente polido e com ótimo desempenho para jogos mais exigentes.
No entanto, o fato de desenvolver um produto sem a constrição do orçamento também significa que ele, no formato em que existe hoje, seria um produto caríssimo para um possível consumidor final. Como dito, a Dell não abriu o jogo sobre especificações ou preço, mas eu chutaria que um dispositivo do tipo não custaria menos de US$ 1.000 nos EUA. Chutando baixo. E não espere uma autonomia de bateria muito grande.
Via Olhardigital