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Larga Brasa

O defunto adúltero
Em uma grande cidade não distante de Ribeirão Preto escapadi­nhas aconteciam por parte de alguns maridos. As mulheres mui­tas vezes não observavam os sinais das traições ou não queriam ver. Algumas diziam que era “melhor repartir um prato de doces do que comer sozinha um prato de indigestos”. Em uma grande e va­liosa casa viviam dois verdadeiros “pombinhos”. Tudo era um mar de rosas. Ele com bastante dinheiro. Ela bela e sempre solicita a atendê-lo em tudo que pedisse ou pensasse. Os dois viviam muito bem e harmonicamente. Certa feita a mãe da mulher foi morar com eles e começou a observar atitudes do genro e passou a cobrar a filha por decisões firmes, principalmente pelas longas ausências do marido. Resolveram segui-lo, tal como Sherlock Holmes.

Quem procura acha
As duas verificaram que ele sempre se dirigia a um prédio alto, onde havia uma atividade mista. Era um edifício comercial e residencial ao mesmo tempo. Checaram: no andar que ele sempre parava o elevador havia uma única moradora, talvez com marido, pois, filhos ela não possuía. A sogra teimava com a filha que ele a deveria estar traindo.

Cerco
Em determinado dia, elas o seguiram e chegaram pouco de­pois de ele subir para o 12º andar. Bateram na porta do apar­tamento 1212 e ninguém respondeu. Gritaram a plenos pul­mões que não iriam sair do estreito corredor em que fincaram suas posições. Deram um vexame. Escândalo que chamou a atenção de todo o edifício, dos funcionários dos escritórios e de moradores. A sogra era a mais firme nos protestos.

Apavorado marido
O apavorado marido que estava com a amante nada respon­dia, mas estava apavorado, pois ficou encantoado. Não havia meio de sair. Só se pulasse do 12º andar para estatelar-se na calçada. Deu tratos a imaginação e teve uma ideia. Telefonou para um amigo que possuía uma funerária e traçou um plano.

Escândalo continuado
As duas gritavam a plenos pulmões chamando-o nominalmente e dizendo que era um adúltero, traidor da esposa dedicada. A rádio peão do edifício estava em plena função. Todos comentavam o que estava acontecendo embora somente tivesse a dimensão do apuro do homem “in Love” por imaginação.

Caixão de defunto
Em dado momento chega um carro de funerária a frente do prédio com alguns funcionários. Descem um caixão enfeitado, pleno de latões lustrosos e alças reluzentes. Todos ficaram curiosos para saber quem havia falecido, etc. Os funcionários com cara de “pompas fúnebres” subiram as escadas, pois no elevador não caberia o caixão e foram para o 1212. Pediram licença para as duas que ainda gritavam a plenos pulmões execrando o adúltero. Com determinação os “papa defuntos” apertaram a campainha de onde saiu uma chorosa mulher de preto dizendo que precisava levar seu marido para o velório.

Abra o chão que eu quero sumir
As duas mulheres ficaram chocadas. Respeitaram e nem pre­tenderam entrar no apartamento para os preparativos do cor­po do falecido. Enquanto isso, o marido que havia pulado a cerca entrava no caixão, escondia o rosto e contava com a ajuda dos funcionários da funerária para o retirarem daquela situação. Saiu pelas escadas com quatro fortes trabalhadores da funerária, passando incólume pela mulher e pela sogra que já chorava de arrependimento. Conseguiu escapar com a aju­da do dono da funerária. Foi recebido com carinho pela mulher e pela sogra que julgaram que haviam errado a mão e que o homem era um santo. Ficou pleno de afagos.

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