Tribuna Ribeirão
Educação

Recessão e baixa escolaridade são causadores da informalidade

Marcello Casal/Agência Brasil

A cada dez trabalhadores no Brasil, quatro estão na in­formalidade – trabalhando sem carteira assinada ou por conta própria. São 93,6 mi­lhões de pessoas em situação de trabalho informal, ou ain­da 41,4% dos trabalhadores, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios re­ferente ao 3º trimestre de 2019 do Instituto Brasileiro de Geo­grafia e Estatística (IBGE).

A informalidade sempre existiu no mercado de trabalho brasileiro, mas vem crescendo nos últimos seis anos. “Isso acontece por conta da recessão da economia brasileira, que está fechando postos de traba­lho. Mas também pelo avanço da tecnologia, que tem substi­tuído determinados cargos e funções”, explica o professor de Cenários Econômicos do Cen­tro Universitário Internacional Uninter, Cleverson Pereira.

“A baixa escolaridade do brasi­leiro agrava o quadro, pois muitos não têm ensino médio e, portanto, encontram dificuldades em con­seguir trabalho”, diz. De acordo com dados divulgados pelo IBGE na Pnad de 2018, mais da meta­de dos brasileiros de 25 anos ou mais não concluiram a educação básica, que consiste em ensino fundamental e médio.

Rodrigo Ferreira da Cruz de 36 anos é um exemplo da informalidade em Ribeirão Preto – Foto: JF PIMENTA

Malefícios
Os trabalhadores informais deixam de contar com bene­fícios da previdência social, como décimo terceiro salário, férias remuneradas, auxílio doença, auxílio maternidade, entre outros. Em longo prazo, eles também não terão direito à aposentadoria. Outro preju­ízo é para os outros trabalha­dores do mesmo ramo, que pagam seus devidos impostos. “Os empreendedores que se formalizam têm gastos com o governo e a previdência social, logo precisam repassar esses valores em seus produtos fi­nais, o que não acontece com os informais. Todo o mercado sofre com isso, pois os infor­mais consistem em uma con­corrência desleal”, explica.

Segundo o professor, os tra­balhadores por conta própria podem sair facilmente da in­formalidade abrindo uma Mi­croempresa Individual (MEI), caso tenham faturamento de até R$ 81 mil anualmente. Essa modalidade de empresa tem carga tributária reduzida e foi criada em 2008 justamente para que trabalhadores saiam da informalidade.

Caso ultrapasse esse valor, podem buscar outras formas de formalização, como empre­sa LTDA – modelo de empresa com vários sócios que pos­suem responsabilidade limita­da – ou Eireli – modelo de em­presa para um único sócio que tenha capital social de, no mí­nimo, 100 salários mínimos.

Rodrigo Ferreira da Cruz de 36 anos é um exemplo da informalidade em Ribeirão Preto. Motorista e operador de empilhadeira, ele foi força­do a trabalhar sem registro em carteira profissional. Segundo ele, como está difícil arrumar trabalho efetivo tem feito tra­balhado como manobrista em um estabelecimento comercial da cidade. “Tento ganhar um dinheirinho para sobreviver, enquanto aguardo o resultado dos currículos que entreguei por toda a cidade”, diz.

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