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Furtos em escolas caem 84% em RP

FOTO: JF PIMENTA/ESPECIAL PARA O TRIBUNA

O Ministério Público Es­tadual (MPE), por meio da Promotoria da Educação, divulgou nesta quinta-feira, 5 de dezembro, um balanço sobre a redução nos casos de furtos e vandalismo nas escolas da rede municipal de ensino de Ribeirão Preto, que conta com 108 unidades e cerca de 48 mil alunos.

O levantamento foi di­vulgado pelo promotor Naul Felca e mostra que, de julho a novembro deste ano, apenas cinco casos foram registrados, queda de 84,3% em compara­ção aos 32 do primeiro semes­tre deste ano, 27 a menos. Em outubro e novembro, nenhuma ocorrência foi registrada.

Em relação a 2018, quando ocorreram 49 casos, a queda foi de 24,5% – neste ano foram 37 ocorrências no total, doze a menos. A escola que mais regis­trou furtos em 2019 foi o Centro Municipal de Educação Infantil (Cemei) Professor Eduardo Ro­mualdo de Souza, na Vila Virgi­nia, Zona Oeste, com oito.

Depois aparece a Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Maria Pontim, no Quin­tino Facci I, com seis furtos. Os números são resultados de uma ação integrada coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Educação (Geduc) do MPE que começou no mês de julho.
Também fazem parte da ação a Guarda Civil Metropo­litana (GCM), a Polícia Militar (PM) e a Secretaria da Educa­ção. “O MPE tem acompanhado de perto a situação das escolas municipais e, por isso, solicitou a integração de todos esses servi­ços”, diz Felca.

“O que se observou nesse pe­ríodo de seis meses é que tanto a PM, quanto a GCM e a secreta­ria adotaram medidas em ação conjunta que resultaram em uma redução significativa e de­crescente desses índices de cri­minalidade”, afirma o promotor.

De acordo com o secretá­rio da Educação, Felipe Elias Miguel, foram identificadas as unidades com maior ocorrên­cia, assim como horários e áre­as mais atingidas. Com isso, a GCM e a PM intensificaram as rondas e policiamento nos lo­cais de maior vulnerabilidade.

“Os órgãos de segurança do município identificaram ou­tras formas de trabalho nestas escolas municipais, garantindo um resultado que diminui os transtornos para as famílias e para os alunos devido aos dias que ficavam sem aula após as ocorrências. Também fizemos obras nas unidades com o ob­jetivo de eliminar os pontos de maior índice, evitando cabos e pontos de entrada de energia expostos”, explica.

O secretário ressalta também que, durante o período de férias escolares, serão intensificadas as rondas nas escolas pela GCM, assim como o policiamento re­alizado pela PM, reforçando a ação nos locais de maior ocor­rência e mantendo o monitora­mento diuturnamente.

Os órgãos solicitam aos moradores que, em casos de suspeita, comuniquem a Guar­da Civil pelo telefone 153 ou a Polícia Militar por meio do 190 – Centro de Operações da Po­lícia Militar. Para 2020, a pasta planeja investir cerca de R$ 3 milhões na instalação de câme­ras de vigilância nas 108 unida­des de ensino do município.

“Elas estarão ligadas à GCM, à PM, a uma empresa que será responsável pelo monitoramen­to e à Secretaria, garantindo diversos caminhos para fazer o atendimento em qualquer ocor­rência”, conclui Miguel.

Autos de Vistoria
Em relação à falta dos Au­tos de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCBs) nas es­colas municipais, o promotor afirmou que a Secretaria da Educação tem demonstrado esforço para resolver o proble­ma. Ele espera que o cronogra­ma de legalização seja cumpri­do pelo município e que, até o segundo semestre do próximo ano, todas as unidades estejam com a situação regularizada.

Levantamento feito no co­meço do ano, pelo Ministério Público Estadual (MPE), em parceria com o Conselho Regio­nal de Engenharia e Agronomia (Crea) de Ribeirão Preto, reve­lou que das 108 escolas munici­pais, 98 não possuíam a licença, cerca de 90%. O secretário afir­mou que o município fez inves­timentos na manutenção predial das unidades nas partes elétrica, hidráulica, acessibilidade e rotas de fuga com o objetivo de obter novos AVCBs.

A escola Eduardo Romualdo de Souza, campeã de furtos, ain­da não possui o “alvará dos bom­beiros” que, segundo ele, está em trâmite de vistoria. Informou também que há dois contratos em andamento, no valor de R$ 12 milhões, para reparos elétri­cos e hidráulicos e outro vigente específico para elaboração dos projetos de AVCBs.

Grande parte das escolas tinha problemas estruturais. Entre elas, o Cemei Professor Eduardo Romualdo de Souza, onde ocorreu a morte do estu­dante Lucas da Costa Souza, de 13 anos, no dia 30 de novem­bro de 2018. A suspeita é que ele tenha levado uma descarga elétrica ao subir em uma grade para tentar pegar uma bola. Até agora, todos os laudos feitos pe­los órgãos competentes, como a perícia técnica do Instituto de Criminalística (IC) e o Instituto Médico Legal (IML) de Ribei­rão Preto foram inconclusivos sobre os motivos da morte.

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