Promover a cultura, a diversão e a arte são os objetivos do Museu Casa de Portinari, em Brodowski, que neste sábado (7) e no domingo, 8 de dezembro, realiza diversas ações gratuitas para a população. A programação começa com as Oficinas Andantes, que favorecem o acesso cultural a comunidades que não usufruem a instituição em sua totalidade.
No sábado (7), das dez às 15 horas, os moradores do Jardim dos Tucanos poderão participar de oficinas de pintura a guache, de desenho e de pipas, brinquedos e brincadeiras antigas. Todas as atividades serão orientadas pelo artista plástico Ailton Rufato para contribuir com o desenvolvimento de capacidades diversificadas e das relações sociais. No domingo (8), das dez às 16 horas, a esplanada do museu recebe o Domingo com Arte.
Esta edição contará com uma Oficina de Musicalização, ministrada pelo músico Cássio Fonseca, que promoverá o contato coletivo direto dos visitantes com a música, por meio de instrumentos de corda, de sopro, de teclas e de percussão ao trabalhar a coordenação motora, cognitiva, audição, sensorial, perceptiva e, principalmente, a coletividade.
Além disso, o público poderá conferir processos da criação artística, materiais e técnicas, conhecer a produção dos artesãos locais e interagir com performances de poesias e estátua viva. Toda a agenda é gratuita e aberta ao público. Não é necessário efetuar inscrição prévia. Mais informações pelo telefone (16) 3664-4284 ou pelo site www. museucasadeportinari.org.br.
O museu é uma instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, gerida pela Associação Cultural Portinari de Apoio ao Museu Casa de Portinari (Acam Portinari). Esta edição das Oficinas Andantes será realizada na rua Antônio F. Pizi n° 140, Jardim dos Tucanos. O Domingo com Arte – Edição Especial “Oficina Musicalização” será no museu, na praça Candido Portinari s/n°, no Centro de Brodowski.
O museu
Antiga residência de Candido Portinari, em Brodowski, o Museu Casa de Portinari representa a forte ligação do artista com sua terra natal, origens e laços familiares. É o local onde ele realizou suas experiências com pinturas murais e se aprofundou na técnica ao passar dos anos. Devido às várias obras em pintura mural nas paredes da casa e em uma capela nos jardins da residência, a preservação do conjunto tornou-se imprescindível.
O acervo artístico do Museu Casa de Portinari constitui-se, principalmente, de trabalhos realizados pelo artista em pintura mural, nas técnicas de afresco e têmpera, nas paredes da casa. A temática é predominantemente sacra, exceto as primeiras experiências do artista neste gênero. O acervo também contempla uma coleção de desenhos, linguagem expressiva e significativa na produção de Candido Portinari, presente em todos os momentos de sua carreira.
O museu ainda abriga objetos de uso pessoal, mobiliário e utensílios da família, sendo que alguns cômodos permanecem com suas funções originais e outros foram adaptados para salas de exposições.
Capela da Nonna
Candido Portinari mandou construir, em 1940, uma capela ao lado da casa da avó Pelegrina, que por conta da idade e problemas de saúde não conseguia se locomover até a igreja para orar. Nas paredes estão os santos prediletos da avó, retratados pelo artista com a fisionomia de amigos e parentes. A obra terminou em 1941. A Capela da Nonna é um dos principais espaços do Museu Casa de Portinari
No espaço estão São Francisco de Assis, Santa Luzia, São Pedro, São João Batista, a Sagrada Família, entre outras figuras sacras admiradas pela família. As imagens dos santos têm as formas de parentes e amigos de Portinari, uma tradição presente na pintura do século XV retomada pelo pintor, principalmente entre artistas flamengos e italianos.
Candido Portinari
Filho de imigrantes italianos nascido em Brodowski, em 30 de dezembro de 1903, Candido Portinari manifestou sua vocação artística desde criança. Ao longo de sua carreira, pintou mais de cinco mil obras, entre elas os painéis “Guerra e Paz”, oferecidos pelo governo brasileiro à sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, Estados Unidos.
Morreu em 6 de fevereiro de 1962, aos 58 anos, vítima de intoxicação pelas tintas que utilizava. Criou desde pequenos esboços até grandes obras, murais e painéis. O artista foi o pintor brasileiro que conseguiu maior projeção internacional devido ao seu talento artístico e sua atuação no cenário cultural e político do Brasil.