Três mortes e 25 pessoas feridas. Este foi o resultado de mais uma jornada de conflitos entre manifestantes e policiais na cidade de El Alto, na Bolívia, na terça-feira (19). Nesta cidade, um grupo de manifestantes explodiu, com dinamites, muros da planta da YPFB, empresa pública de petróleo. Carros também foram incendiados. O governo afirma que nenhum disparo foi feito pelas Forças Armadas. As cidades de La Paz e El Alto estão sofrendo desabastecimento de combustíveis e alimentos devido aos bloqueios das estradas.
O governo está enviando carnes, verduras e ovos em aviões de carga, para suprir as necessidades básicas das populações dessas cidades. Depois dos incidentes, o ministro da Defesa, Fernando López, lamentou que uma operação pacífica, planejada para a transferir combustível e gás da fábrica da região de Senkata, na cidade de El Alto, para La Paz, tenha terminado com um saldo tão negativo. “Lamentavelmente registramos 25 feridos e três mortes. Até agora, não temos a autópsia, mas quero esclarecer que o Exército não disparou um único projétil, as Forças Armadas continuam com a premissa de diálogo permanente”, afirmou López. Oficialmente, o governo da Bolívia já registrou 26 mortes desde o início dos protestos, após a realização das eleições no dia 20 de outubro.
O ministro da Defesa afirmou ainda que os eventos violentos foram gerados por pessoas que “estão sendo pagas para causar terror, pânico e destruição de propriedades estatais”. López disse ainda que esses grupos, que não têm propostas, “querem semear o terror” enquanto o governo está determinado a abrir o diálogo com todos os setores para alcançar a paz no país. A presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez, anunciou que convocará eleições gerais nas próximas horas. O ex-presidente Evo Morales está no México.