A população da Região Administrativa de Ribeirão Preto (RARP), que envolve a cidade-sede e mais 24 municípios, pagou, de janeiro a setembro deste ano, R$ 16,77 milhões a mais na conta de energia elétrica por conta das bandeiras tarifárias diferenciadas, segundo levantamento da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) a partir de dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Em 2018, o valor chegou a R$ 57,68 milhões.
Somente na metrópole Ribeirão Preto, onde a CPFL Paulista tem 309.817 consumidores – são mais 4,2 milhões de clientes espalhados em outras 233 cidades do estado de São Paulo –, a bandeira amarela e a vermelha geraram uma arrecadação de R$ 8,32 milhões no mesmo período de nove meses. No ano passado, os ribeirão-pretanos desembolsaram R$ 28,60 milhões.
No Brasil, também entre janeiro e setembro, a taxa extra gerou R$ 2,05 bilhões. No ano passado foram R$ 6,88 bilhões. Entre 2015 – quando o sistema de bandeiras tarifárias começou a valer – e setembro deste ano, os brasileiros já pagaram R$ 33,30 bilhões a mais. Na Região Administrativa, o aporte foi de R$ 268,70 milhões e, em Ribeirão Preto, de R$ 133,26 milhões.
A Região Administrativa conta com Ribeirão Preto, Altinópolis, Barrinha, Brodowski, Cajuru, Cássia dos Coqueiros, Cravinhos, Dumont, Guariba, Guatapará, Jaboticabal, Jardinópolis, Luís Antônio, Monte Alto, Pitangueiras, Pontal, Pradópolis, Santa Cruz da Esperança, Santa Rosa de Viterbo, Santo Antônio da Alegria, São Simão, Serra Azul, Serrana, Sertãozinho e Taquaral.
O motivo dessa cobrança foi a necessidade de usar energia gerada por termelétricas. Neste mês, as contas de energia voltaram a ter a cobrança extra da bandeira vermelha patamar 1. Assim, o consumidor vai pagar R$ 4,169 a mais para cada 100 quilowatts-hora (kWh) utilizados. Na bandeira amarela, o valor caiu de R$ 1,50 para R$ 1,343 a cada 100 kWh consumidos com o fim do arredondamento.
No segundo nível, a bandeira vermelha terá cobrança extra de R$ 6,243 a cada 100 kWh. A verde não tem adicional. Neste cenário, a energia gerada pelo setor sucroenergético colabora para “aliviar” o orçamento das famílias brasileiras, principalmente, nos meses mais secos. De janeiro a setembro, a geração de energia a partir do bagaço e da palha da cana-de-açúcar para o Sistema Interligado Nacional (SIN) foi de 16.583 gigawatt-hora (GWh). Importante destacar que 84% dessa produção aconteceu no período mais seco e crítico para o setor elétrico, que compreende os meses entre maio a novembro.
O gerente de bioeletricidade da Unica, Zilmar Souza, destaca que essa participação tem contribuído, por exemplo, para que a bandeira não esteja no patamar 2. Por outro lado, no ano passado, 83% da bioeletricidade sucroenergética foi ofertada para a rede justamente quando a bandeira tarifária esteve amarela ou vermelha.
Isso mostra como é estratégica esta energia renovável, sustentável e não intermitente para o sistema elétrico brasileiro. Levantamento realizado pela Unica aponta que, até setembro deste ano, o consumidor de energia elétrica no Brasil já pagou R$ 2 bilhões a mais do que o previsto inicialmente em suas contas de energia.
Neste ano, de janeiro a abril, e em junho, a bandeira tarifária esteve na modalidade verde, quando não há cobrança extra na conta. Em maio e julho, a bandeira tarifária esteve amarela e, em agosto e setembro, vermelha, patamar 1. Dos 16.583 GWh gerados pelo setor sucroenergético para o SIN, entre janeiro e setembro, um total de 11.186 GWh (67,5%) foi produzido nos meses de maio, julho, agosto e setembro, quando as bandeiras tarifárias eram amarela ou vermelha.
Os dados de geração de outubro ainda não estão disponíveis. “Aproveitamos apenas 15% do potencial da bioeletricidade da cana, ou seja, podemos gerar quase 7 vezes a nossa oferta atual, o que representaria atender 30% do consumo de energia elétrica no Brasil e uma conta mais barata para o consumidor final”, afirma Souza.
Quanto custa o sistema de bandeiras tarifárias
De janeiro de 2015 a setembro de 2019
Ribeirão Preto……………………………………………….. R$ 133.262.663,00
Região Administrativa……………………………………. R$ 268.709.959,00
Brasil………………………………………………………. R$ 33.302.686.631,00
No ano passado (2018)
Ribeirão Preto…………………………………………………..R$ 28.608.133,00
Região Administrativa……………………………………….R$ 57.685.252,00
Brasil………………………………………………………… R$ 6.881.624.795,00
Neste ano (jan/2019 a set/2019)
Ribeirão Preto…………………………………………………….R$ 8.320.605,00
Região Administrativa……………………………………….R$ 16.777.614,00
Brasil………………………………………………………… R$ 2.054.728.077,00