Neste ano de 2019, os compositores Rubens Russomanno Ricciardi, professor titular do Departamento de Música da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FFCLRP-USP) e maestro da USP Filarmônica, e Lucas Pigari, bolsista da orquestra e aluno de graduação do Curso de Ciências da Informação e Documentação da FFCLRP-USP, foram os únicos representantes de toda a USP, com obras selecionadas, por meio de edital da Fundação Nacional de Arte (Funarte), na programação da XXIII Bienal de Música Brasileira Contemporânea, no Rio de Janeiro.
As obras “Trauert, oh Venus und Cupido (2019)”, de Ricciardi, e “Prelúdio Noturno para Orquestra de Cordas (2019)”, de Pigari, ambas inéditas, foram selecionadas dentre mais de 200 inscrições e apresentadas na última segunda-feira, 11 de novembro, pela Orquestra Sinfônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), sob a regência do maestro convidado Thiago Santos, na Sala Cecília Meireles. Os dois compositores estiveram presentes no concerto. A obra de Ricciardi contou, ainda, como solista, com o tenor alemão Johannes Grau.
Para o ribeirão-pretano Rubens Russomanno Ricciardi, “a Bienal do Rio de Janeiro, série de festivais fundada por Edino Krieger, é o mais importante evento nacional de música contemporânea dedicado exclusivamente a compositores brasileiros, lembrando que o Festival Música Nova ‘Gilberto Mendes’, da própria USP de Ribeirão Preto, é uma mostra internacional. O Rio de Janeiro tem forte tradição musical, que remonta pelo menos aos tempos do padre José Maurício Nunes Garcia e à Real Câmara e Capela de João VI, e nunca deixou de fato de ser a capital da música no Brasil”.
Já segundo Lucas Pigari, natural de Mariápolis e radicado em Ribeirão Preto, “no Brasil há poucas oportunidades para a música contemporânea fora da indústria da cultura, principalmente para os compositores mais jovens. Fiquei emocionado por ter uma obra selecionada em meio a tanta concorrência no edital da Funarte e também feliz pela execução magistral da Orquestra Sinfônica da UFRJ”.
A XXIII Bienal de Música Brasileira Contemporânea contempla 52 obras recentes de compositores brasileiros nos gêneros sinfônicos, de câmara e envolvendo recursos eletroacústicos. O foco é proporcionar ao público maior alcance à diversidade de linguagens musicais e de trabalhos de compositores de várias partes do Brasil. O evento, que termina nesta quinta-feira (14), é uma realização da Funarte, sob curadoria de José Schiller, em parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF) de Niterói.