Tribuna Ribeirão
Política

Vereadores aprovam relatório de CPI

JF PIMENTA/ARQUIVO

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada para apurar medições, pagamentos, notificações e descumprimentos contratuais da obra de duplica­ção da avenida Antônia Mugna­to Marincek, a popular “Estrada das Palmeiras”, no Complexo Ribeirão Verde, Zona Leste da cidade, apresentou o relatório final nesta terça-feira, 5 de no­vembro, durante sessão da Câ­mara de Vereadores – o docu­mento foi aprovado em plenário por unanimidade.

Segundo o relatório, diante dos estudos desenvolvidos pela comissão “constatou-se a falta de rotinas e de procedimentos administrativos nas secretarias que podem culminar com pre­juízos ao erário público”. Além das diversas oitivas de autori­dades e das diligências no local da obra, a CPI também coletou e analisou diversos documentos ao longo do desenvolvimento dos seus trabalhos.

Entre os objetos investigados pela CPI está a multa aplicada à Prime Infraestrutura, que levou 14 meses para concluir 8,2% da intervenção e não concluiu a duplicação. Recentemente, a prefeitura autuou a empresa, mas ainda não recebeu o valor de aproximadamente R$ 2,5 mi­lhões, correspondente a 10% do valor total do contrato (R$ 25,3 milhões). A administração abriu sindicância para investigar o caso. Após a exclusão da empre­sa, a Tecla Construções assumiu a obra em novembro de 2017.

Em 10 de abril, durante depoimento à CPI, o secretá­rio da Fazenda, Manoel de Je­sus Gonçalves, esquivou-se da responsabilidade de sua pasta de verificar a documentação exigida, como a Certidão Ne­gativa de Débito (CND). Na época, ele atribuiu esta função à Secretaria Municipal da Ad­ministração, que é responsável pela licitação e pelo contrato, e a de Obras Públicas, que atesta os documentos recebidos para posterior pagamento à empresa.

A CPI recomendou a abertu­ra de processo interno para veri­ficar se houve condescendência de agente público no prossegui­mento dos processos de liquida­ções e pagamentos para a Prime Infraestrutura sem as devidas CNDs e sem informar ou noti­ficar a autoridade competente. Também recomendou a abertu­ra de processo interno para veri­ficar se houve condescendência de agente público na morosida­de da abertura dos procedimen­tos para aplicação de multa e de perdas e danos derivados da conduta da construtora.

A CPI também recomenda que o governo oriente os ser­vidores municipais por meio de atos, resoluções, decretos ou expedientes internos quanto aos procedimentos a serem adota­dos quando for constatado in­congruências administrativas nos processos. O relatório foi encaminhado para a prefeitu­ra, Ministério Público Estadu­al (MPE) e para o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCESP). A CPI tem como pre­sidente e relator o vereador Ales­sandro Maraca (MDB) e conta com a participação de Elizeu Rocha (PP) e Bertinho Scandiu­zzi (PSDB).

Em 22 de fevereiro, a prefei­tura de Ribeirão Preto publicou, no Diário Oficial do Município (DOM), a aplicação de penalida­de contra a Prime Infraestrutura e a transformou em empresa ini­dônea por não ter feito a duplica­ção da avenida Antônia Mugnato Marincek. A punição é resultado de um processo administrativo que começou em 2018.

A prefeitura considerou a Prime “inidônea” e a empresa “não poderá licitar ou contratar com a administração pública, nos termos do artigo 87, IV da lei nº 8.666/93 (Lei das Licita­ções), pelo prazo de cinco anos”. A administração afirmou que a empresa chegou a ser notificada 18 vezes por causa das constan­tes paralisações da obra.

Orçada em R$ 35,9 milhões, a duplicação da avenida come­çou em junho de 2016, na gestão Dárcy Vera, pois o município corria o risco de perder o repasse total de R$ 310 milhões do go­verno federal por meio do Pro­grama de Aceleração do Cresci­mento II – PAC da Mobilidade.

A Prime Infraestrutura ven­ceu a licitação por um valor bem abaixo do estimado (por R$ 25,3 milhões). Terceira co­locada no processo licitatório, a Tecla Construções assumiu as obras da avenida Antônia Mugnatto Marincek em no­vembro de 2017. A avenida já foi liberada ao tráfego.

Em 28 de outubro, a Agên­cia de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) deu prazo de 30 dias para aprovar o pro­jeto executivo de implantação do entroncamento da avenida com a Anhanguera, na altura do quilômetro 316. Após esta fase, a duplicação estará ofi­cialmente concluída.

São quatro quilômetros de avenida duplicada, ciclovia ao longo de todo o trajeto, desde o Jardim Antônio Palocci até a confluência com a Rodovia Anhanguera. Para iluminar toda a extensão da avenida, foram implantados mais de 125 postes e mais de 400 bra­ços de luz. O local também foi totalmente pavimentado. Foram plantadas nove mil árvores.

A obra faz parte do Progra­ma Ribeirão Mobilidade, que contempla 27 adequações viá­rias. A duplicação deve benefi­ciar cerca de 80 mil moradores. Os mais de quatro quilômetros da avenida receberam urba­nização completa, que inclui duplicação da via, pavimenta­ção, ciclovia, bancos, lixeiras, abrigos em ponto de ônibus, rampas, calçadas e paisagismo. A avenida também contará com infraestrutura completa com a instalação de redes de água, es­goto e galerias de águas pluviais.

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