A proporção de famílias endividadas no País diminuiu em outubro, a primeira queda no ano, informa a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Após uma sequência de nove meses consecutivos de altas, a fatia que relatava ter dívidas saiu de 65,1% em setembro para 64,7% em outubro, aponta a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic).
No entanto, o percentual ainda é maior do que o registrado em outubro de 2018, quando 60,7% das famílias relatavam possuir dívidas. O crescimento do endividamento das famílias nos últimos meses acompanhava a expansão nas concessões de crédito, mas as liberações de saques do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e dos programas de Integração Social (PIS) e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep) e geração sazonal de vagas no mercado de trabalho interromperam essa trajetória em outubro, justifica a CNC, em nota.
Por outro lado, houve piora na inadimplência. A fatia de famílias com dívidas em atraso subiu de 24,5% em setembro para 24,9% em outubro, enquanto o total que afirmou não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso e que, portanto, permaneceria inadimplente, avançou de 9,6% para 10,1% no período. “O aumento dos indicadores de inadimplência reflete o maior comprometimento de renda das famílias com as dívidas”, avalia Marianne Hanson, economista da CNC responsável pela pesquisa, em nota oficial.
De acordo com o presidente da CNC, José Roberto Tadros, depois um período de crescimento forte do crédito, “os recursos extras advindos do FGTS e PIS/ Pasep, somados à sazonalidade positiva no mercado de trabalho, favoreceram a redução do endividamento”. O cartão de crédito permanece como o principal tipo de dívida, apontado por 78,9% das famílias endividadas, seguido por carnês (15,5%) e financiamento de carro (9,5%).