Na segunda-feira, 28 de outubro, nove praias da região Nordeste voltaram a receber óleo cru. Equipes mobilizadas pela Marinha, em parceria com Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Agência Nacional de Petróleo (ANP) foram mobilizadas para limpar os locais.
As nove praias estão localizadas em cinco Estados da região. São elas: Via Costeira e Búzios (RN), Conceição e Itapuama (PE), Japaratinga e Piaçabuçu (AL), Abaís (SE), Morro de São Paulo e Moreré (BA). Nesta terça-feira (29), a Marinha identificou 19 pontos de presença de óleo.
O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, admitiu que, no momento, é impossível prever se o derramamento está no começo, meio ou fim. “A duração do tempo, nós não sabemos ainda. Estamos aperfeiçoando os processos. Estamos atuando desde o dia 2 de setembro”, declarou.
“Nosso objetivo é a contenção de danos, o monitoramento pelo ar e pelo mar. Todas estão sendo limpas imediatamente quando constatadas todas as manchas de óleo.” O Grupo de Avaliação e Acompanhamento (GAA), formado pela Marinha do Brasil (MB), Agência Nacional de Petróleo (ANP) e Ibama, informou que, apesar do avanço das manchas pela região sul da Bahia, até o momento, não foram localizados indícios de óleo na área da reserva ambiental de Abrolhos (BA).
Um navio está na região e, segundo o governo, realiza constante monitoramento, por causa da importância ambiental e científica da região. Segundo Fernando Azevedo e Silva, a Defesa dispõe de 2.700 pessoas da Marinha e cinco mil do Exército, que podem ser empregados anteontem, 1.446 militares estavam em campo na região Nordeste.
O ministro negou que o governo tenha demorado a acionar o Plano Nacional de Contingência contra o derramamento de petróleo no mar. “Eu achei que o governo agiu rápido, nós estamos é aprimorando os processos”, disse. A Marinha voltou a informar que, hoje, investiga 30 navios de onze países como possível origem da tragédia ambiental que castiga a região Nordeste. O trabalho começou com 1.500 navios. Esse número caiu para 140 navios e, atualmente, estão em 30 embarcações.
O vazamento de óleo que tem sido retirado do litoral do Nordeste é a maior agressão ambiental já sofrida pelo Brasil em sua história, disse o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco. “[O vazamento] é a maior agressão ambiental sofrida por nosso país, creio eu, em nossa história”, disse. Afirmou que o assunto tem sido abordado de forma “politizada e ideologizada”, com “versões falsas” sobre o que poderia ter sido feito.
Laboratórios da França e da Noruega vão receber amostras do petróleo que vazou no Nordeste para que sejam identificadas suas características e origens. O trabalho está sendo coordenado pelo Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), representante de grandes petroleiras.