Tribuna Ribeirão
Cultura

‘Nóis ganha poco mais nóis si diverti’

FOTO: ANDRÉ PATERLINI

O Coro Cênico Bossa Nos­sa apresenta no dia 19 de no­vembro, às 20 horas, no Thea­tro Pedro II a produção “Nóis ganha poco mais nóis si diver­ti”, dentro do projeto Amigos da Casa. A peça homenageia o compositor e poeta paulistano, Adoniran Barbosa.

O tributo ao “Poeta do Bi­xiga”, como também era co­nhecido, está emoldurado no ambiente de um estúdio de rá­dio da década de 1950. O espe­táculo acontece na duração de um programa radiofônico, onde o Bossa Nossa revisita parte do repertório do consagrado pau­listaníssimo, filho de imigrantes venezianos, João Rubinato, ou apenas Adoniran Barbosa.

Além de parte do repertó­rio do mais autêntico samba de São Paulo, o espectador/ouvin­te é brindado com a atmosfera gostosa da época de ‘Ouro do Rádio’. Desfilam pelo progra­ma “Ramalhete de Canções”, capítulo romântico de rádio novela; “reclames” comercias, serviço de utilidade pública, receita caseira e entreteni­mento. Além da programa­ção musical e variedades, o público/ouvinte também re­conhecerá a pujança, a força e o papel aglutinador do rádio daquela época, ouvindo uma edição do Repórter Esso, um dos noticiários mais importan­te do rádio nacional.

Um dos mais reconheci­dos símbolos da “São Paulo da garoa”, Adoniran Barbosa, cantou e viveu intensamente a fase áurea da cidade. O ator, comediante, compositor, can­tor, ex-pedreiro, ex-garagista, ex-mascate, ex-encanador, ex-garçom, marcou a história de música brasileira e a cena cultural urbana, porque era um ouvinte atento das ruas e dos personagens anônimos da cidade que tinha pressa em crescer e que em função do progresso foi perdendo encan­tos que Adoniran insistia em cultivar. Encantos reunidos em suas canções, na sua gramática peculiar, no seu olhar sempre enamorado sobre chão que ele adotou como único território pátrio: Sampa.

Odônio dos Anjos, um dos responsáveis pelo Coro Cênico Bossa Nossa, afirma que Adoni­ran Barbosa “era ex tanta coisa e uma das expres­sões mais brilhantes do samba paulistano. Não há ninguém que não co­nheça pelo menos um dos seus sucessos. Sua obra é presença obriga­tória, em toda roda de samba de ‘responsa’ no mundo inteiro”.

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