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Chile enfrenta 5º dia seguido de protestos

EDGARD GARRIDO/REUTERS

O Chile passou nesta terça­-feira, 22 de outubro, pelo quinto dia seguido de protestos que cul­minaram no país após o aumen­to da tarifa do metrô. Milhares de manifestantes, sobretudo jo­vens, se reuniram em pontos de encontro distintos em Santiago e em diversas regiões, para mobi­lizar protestos pacíficos. Mesmo assim, em dado momento, a polí­cia tentou dispersar os participan­tes com bombas de gás lacrimogê­neo e mangueiras na capital.

Ainda na manhã desta ter­ça-feira, o governo confirmou 15 mortes desde sexta-feira (18), dia em que as grandes mobiliza­ções se iniciaram. Destes, quatro foram mortos pelos militares que atuam nas ruas devido ao decreto de estado de emergên­cia, e em dois dos casos os mi­litares se entregaram e foram detidos. Entre as vítimas, há dois colombianos, um equatoriano e um peruano. Até o momento, 2,6 mil pessoas foram detidas, muitas delas após desafiarem o toque de recolher na noite de se­gunda-feira (21).

O Exército chileno confirmou a quarta noite seguida de toque de recolher na capital e região metro­politana, além de outras provín­cias. Em Valparaíso, o toque de recolher será próximo a 12 horas, se estendendo das 18 horas desta terça até as 5h30 de quarta-feira (23). As aulas permaneceram can­celadas nesta terça em escolas e universidades, enquanto somente uma linha de metrô funciona em Santiago. Filas se formam nas esta­ções ativas e em pontos de ônibus que substituem as rotas do metrô, enquanto muitos tentam manter a rotina, apesar das recomendações para não sair de casa.

Em tom de mudança de dis­curso, o presidente Sebastián Piñera havia anunciado ainda na noite de segunda-feira (21) a dis­posição para o diálogo, após ter afirmado que o Chile estaria “em guerra”, devido aos manifestantes violentos. Nesta terça, ele convo­cou uma reunião com diversas lideranças políticas, entre elas de partidos da esquerda, para formar um “novo contrato social”, com o objetivo de conter os protestos.

Porém, todos os partidos de oposição da esquerda se recusa­ram a se encontrar com Piñera, alegando que o governo falhou em garantir direitos humanos aos manifestantes, além de fornecer detalhes sobre as circunstâncias das mortes dos manifestantes.

No Japão, o presidente, Jair Bolsonaro, que acredita em Papai Noel e Fada do Dente mas não crê em ditadura militar, afirmou que os protestos no Chile contra o governo de Sebastian Piñera, seu aliado, têm origem no fim da di­tadura chilena, há quase 30 anos, e em governos de esquerda. Ele também demonstrou preocupa­ção com a situação de outros pa­íses vizinhos como Bolívia, Equa­dor, Peru e Paraguai.

“O problema do Chile nas­ceu em 1990, que ninguém dá valor para isso. Naquela época, as Farc fizeram parte, Fidel Cas­tro, isso tudo. E qual o espírito dessa questão? Primeiro é bater contrário às políticas america­nas, imperialistas, segundo eles. E depois são os países que se au­toajudam para chegar ao poder”, disse Bolsonaro após tomar café da manhã em Tóquio.

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