A comerciante Beatriz Cândida Araújo de Azevedo Olivato, de 57 anos, deixará a Cadeia Pública de Guanabara, em Franca, neste sábado, 12 de outubro, quando vence a sua prisão temporária de 30 dias. Ela está presa desde 12 de setembro, quando se apresentou ao delegado do 4º Distrito de Polícia Civil de Ribeirão Preto, José Meirelles, depois de quatro dias foragida.
A Justiça de Ribeirão Preto entende que Beatriz Olivato pode responder ao processo em liberdade. Ela é acusada de assassinar o marido o empresário Fernando de Azevedo Olivato, de 55 anos, em 1º de setembro, na rua Horácio Pessine, no Jardim Nova Aliança, Zona Sul. O advogado de defesa, Carlos Marcelo Rocha Mesquita, diz que ela não teve a intenção de matar o esposo.
“Foi um acidente, uma fatalidade. Na última imagem divulgada pela polícia é possível observar que ela joga o carro para esquerda. Se ela tivesse a intenção de matar, seguiria em frente”, explica a defesa. A comerciante é investigada por homicídio triplamente qualificado.
Segundo o delegado encarregado da investigação e que postulou o pedido de prisão, José Meirelles, a comerciante teve a intenção de atropelar e causar a morte do marido. O policial cita as mesmas imagens comentadas pelo advogado para mostrar a suposta intenção do atropelamento.
Segundo o policial, a vítima “não demonstrou, em nenhum momento, posse de qualquer objeto, não demonstrou violência. Quando ele se posta na frente do veículo, sem qualquer meio de defesa, de maneira impiedosa, ela liga o carro e acelera. Ele dá de seis a oito passos traseiros. Ou seja, ele foi empurrado por ela”, disse.
Meireles relatou que uma testemunha ouvida pela polícia informou que a suspeita teria retornado ao local instantes após o atropelamento, mas não teria se identificada como esposa, e nem que a vítima seria seu companheiro. O delegado comentou que “somente após um popular dizer que teriam imagens no prédio, e que a polícia iria esclarecer, foi quando a mulher se identificou como esposa”, explicou Meirelles.
O boletim de ocorrência sobre o atropelamento foi registrado como homicídio culposo sem intenção de matar na direção de veículo automotor e acidente de trânsito. No BO também constou que as brigas do casal seriam recorrentes. Vizinhos do mercado que eles mantêm no bairro Leo Gomes de Moraes, na Zona Norte, dizem que, no final de semana após a morte do marido, Beatriz Araújo esteve no estabelecimento e teria recolhido todos os produtos. A Polícia Civil investiga a denúncia.
Segundo o BO, a mulher deixou a residência e estava manobrando o carro, próximo da calçada na rua Horácio Pessine, quando o homem teria tentado entrar no veículo, um Chevrolet Captiva, pela porta do passageiro. Sem sucesso, ele atravessou na frente do utilitário e, neste momento, foi atropelado.
A esposa ligou para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e para a Polícia Militar. A vítima foi socorrida com marcas de pneus no abdômen e no tórax, mas não resistiu aos ferimentos. A ocorrência foi registrada na Central de Polícia Judiciária (CPJ).