A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) confirmou nesta quarta-feira, 2 de outubro, mais 13 casos de sarampo que estavam sendo investigados em Ribeirão Preto, que já soma 33 ocorrências da doença neste ano – foram 21 em agosto, onze em julho, uma em junho e nenhuma em setembro. Atualmente, outras 187 suspeitas de infecção estão sob investigação na cidade.
Em todos os casos a pasta promoveu bloqueios vacinais. O Departamento de Vigilância em Saúde, ligado à SMS, recomenda às pessoas que procurem algum dos 36 postos com salas de vacinação, caso ainda não tenham feito a imunização contra a doença.
A secretaria ainda informa que, seguindo norma da Divisão de Imunização do Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo, as crianças residentes em Ribeirão Preto e com idade entre seis e onze meses estão recebendo uma dose da vacina tríplice viral.
Independentemente dessa dose, a vacinação com tríplice viral aos doze meses e de tetra viral aos 15 meses deve ser realizada normalmente, desde que respeitados um intervalo de 30 dias entre cada uma. Após essa faixa etária, e até 29 anos de idade, todas as pessoas deverão ter tomado as duas doses da vacina.
A partir de 29 anos o Ministério da Saúde recomenda apenas uma dose da vacina. Em 2018, Ribeirão Preto registrou um caso não autóctone (importado) no mês de abril, depois de dez anos sem nenhuma ocorrência. A cidade conta atualmente com 36 salas de vacinas que permanecem abertas de segunda a sexta-feira – os horários de atendimento são variados, de acordo com o funcionamento de cada unidade de saúde.
A diretora de Vigilância em Saúde e Planejamento da Secretaria Municipal da Saúde, Luzia Marcia Romanholi Passos orienta as pessoas que apresentarem febre e manchas vermelhas pelo corpo, acompanhadas de tosse, coriza e ou conjuntivite, a procurarem uma unidade de saúde.
“O sarampo é uma doença altamente transmissível por via respiratória, isto é, transmite à outra pessoa ao falar, ao tossir, ao espirrar”, alerta. Ela explica, ainda, que a vacina contra sarampo é de rotina, inclusa no Programa Nacional de Vacinação desde 1980. Ribeirão Preto possui uma boa cobertura vacinal, com mais de 100% de imunização do público-alvo – crianças nascidas na cidade nos últimos quatro anos e que tomaram as duas doses.
A Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo confirmou nesta quarta-feira (2) mais quatro mortes por sarampo no Estado, totalizando nove óbitos causados pela doença neste ano em território paulista. De acordo com novo boletim da pasta, o número de infecções pela doença chegou a 5.411, mais da metade (59%) na capital paulista.
Entre as novas vítimas fatais da doença estão um bebê do sexo feminino, com onze meses e não vacinada; uma mulher de Itanhaém, de 46 anos, com condições de risco; uma mulher de Francisco Morato, de 59 anos, sem registro de vacinação; e um homem de Osasco, de 25 anos, também sem histórico de imunização. Anteriormente, já haviam sido confirmadas quatro mortes na capital e uma em Osasco.
São três bebês – uma menina de quatro meses em Osasco, um menino de nove meses e outro de 26 dias na capital –, um homem de 42 anos e uma mulher de 31 anos sem histórico de vacinação, todos de São Paulo.
O vírus do sarampo está em circulação em 134 dos 645 municípios paulistas (20,8% do total). São consideradas pessoas com condição de risco os portadores de doenças crônicas, como diabete e hipertensão, e imunodeprimidos, que podem ficar mais vulneráveis à infecção pelo sarampo e ao desenvolvimento de complicações da doença.
Entenda o sarampo
O sarampo é uma doença grave e que pode levar à morte, mas pode ser evitada pela vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, rubéola e caxumba. Ela integra o Programa Nacional de Imunizações (PNI) e é aplicada aos doze meses, com reforço aos 15 meses com a tetraviral (sarampo, rubéola, caxumba e varicela). Quem já teve sarampo não precisa se vacinar, pois já possui os anticorpos para que a doença seja evitada.