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RP tem 12,2 mil casos de dengue

FABIO DI FELIPPO

Desde 1º de janeiro e até 30 de setembro, Ribeirão Preto ha­via registrado 12.231 casos de dengue, 12.010 a mais do que os 221 dos nove primeiros meses de 2018, alta de 5.434%, cerca de 55 vezes superior em 273 dias de 2019. Os dados são do Boletim Epidemiológico da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), divulgados nesta quar­ta-feira, 2 de outubro. A cidade também já tem três mortes por dengue hemorrágica confirma­das e luta para tentar conter o avanço da doença.

A chegada do inverno e a estiagem típica da estação evi­taram uma proliferação ainda mais perigosa do Aedes aegypti, mas a cidade já enfrenta cenário típico de epidemia. A população deve ficar atenta porque em 80% dos casos o criadouro do vetor está dentro de casa – o mosquito também é transmissor do zika vírus e das febres chikungunya e amarela (na área urbana)

Neste ano, dentre as já anun­ciadas vítimas do Aedes aegypti, 3.273 são da Zona Norte, 3.11 são da Zona Oeste, mais 2.974 da Leste, 1.607 da Central, 1.260 da Sul e seis sem identificação de distrito. Há ainda 21.883 ca­sos sob investigação. A média é de quase 45 novos pacientes por dia. Parte é do sorotipo 2, que é mais forte e contra o qual a po­pulação não está imune.

O número de vítimas do Aedes aegypti na cidade em 273 dias deste ano já é 4.413% superior ao total do ano pas­sado, quando Ribeirão Preto contabilizou 271 ocorrências – são 11.960 pacientes a mais em 2019, ou 45 vezes superior. Em setembro, a cidade contabilizou 27 casos, contra apenas um do mesmo mês de 2018, com 26 a mais e alta de 2.600%. Neste ano, Ribeirão Preto registrou 248 ca­sos de dengue em janeiro, 690 em fevereiro, 1.590 em março, 4.193 em abril, 4.136 em maio, 1.053 em junho, 223 em julho, 71 em agosto e 27 em setembro.

Em 2018, foram 45 ocor­rências no primeiro mês, 37 no segundo, 28 no terceiro, 42 no quarto, 35 em maio, 17 em ju­nho, onze em julho, cinco em agosto, um em setembro, seis em outubro, cinco em novem­bro e 38 em dezembro. No ano passado, das 271 pessoas conta­minadas pelo vetor, 90 eram da Zona Leste, mais 73 na Oeste, 51 na Norte, 37 na Sul e 19 na Central, além de um caso sem identificação do distrito.

Em 2017, foram registrados 246 casos, o volume mais baixo dos últimos doze anos. Em 2014 foram 398 registros. Nos demais oito anos os casos confirmados foram superiores a mil, em al­guns deles passando de dez mil registros, como em 2016 (de 35.043 casos), 2010 (de 29.637), 2011 (de 23.384) e 2013 (de 13.179). O terceiro menor regis­tro de casos ocorreu em 2012, com 317. A Secretaria da Saú­de também já confirmou três mortes por dengue hemorrágica em Ribeirão Preto neste ano. A última foi de uma mulher de 53 anos, sem comorbidades, e que faleceu por causa da doença.

Os outros casos são de um homem de 73 anos, hospitali­zado durante 16 dias, portador de cardiopatia e que evoluiu com pneumonia e morreu no dia 22 de abril, e uma mulher de 44 anos, também portadora de doenças associadas que estava internada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da avenida Treze de Maio, no Jardim Paulis­ta, e faleceu no mesmo dia, com diagnóstico definitivo do dia 23. Em um dos casos a sorologia já demonstrou ser do tipo 2. O ho­mem morava na Zona Leste e a mulher, na região central.

Chikungunya
Já para a chikungunya, um caso foi confirmado em janeiro deste ano. Em 2018, Ribeirão Preto atendeu oito pessoas com a febre transmitida pelo Aedes aeghypti – uma em março, uma em abril, uma em maio, outra em junho, uma em agosto, uma em setembro e duas em outubro. No entanto, fechou 2017 com aumento de 344,4%. Os dados mostram que o total saltou de nove para 40, com 31 pacientes a mais em relação a 2016. Neste ano não há casos de zika vírus, microcefalia e febre amarela.

O Ministério da Saúde ante­cipou para setembro a campa­nha de combate ao Aedes aegyp­ti. De janeiro até 24 de agosto, foram registrados 1,4 milhão de casos no País, seis vezes mais do que o registrado no mesmo pe­ríodo do ano passado (205.791). Pelo menos 14 Estados estão em situação de epidemia. Em São Paulo, foram 437.047 notifica­ções, 37 vezes mais do que no ano anterior.

RP tem 121 mil casos em 11 anos
Ribeirão Preto acumula 121.095 casos de dengue e pelo menos cinco grandes epidemias em menos de onze anos, desde 2009. Pior: o número de vítimas do Aedes aegypti, o mosquito transmissor, pode ser quatro vezes superior e passar de 484 mil, segundo a Divisão de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde. Um estudo divulgado durante as últimas epidemias indica que, para cada caso confirmado da doença, outros três não são notificados.

Neste caso, o número de infectados pode chegar a 484.380 pessoas em menos de onze anos. Ribeirão Preto constatou 1.700 casos em 2009, mais 29.637 em 2010 (epidemia), outros 23.384 em 2011 (mais um surto), 317 em 2012, mais 13.179 em 2013 (epidemia), 398 em 2014, outros 4.689 em 2015, mais 35.043 em 2016 (o maior surto da história), 246 casos em 2017 (a menor incidência), 271 em 2018 e mais 12.231 até 30 de setembro deste ano.

A Secretaria Municipal da Saúde, por meio do Departamento de Vigilância Ambiental em Saúde, iniciou pela Vila Virgínia e Parque Ribeirão Preto as ações de combate ao mosquito Aedes aegypti. No sábado passado, 28 de setembro, o arrastão recolheu materiais inservíveis que acumulam água parada, ideais para criadouros do mosquito, como potes, garrafas, tampas e pneus, entre outros. Foram lotadas as caçambas de onze caminhões com lixo e entulho, criadou­ros potenciais do mosquito.

Luzia Márcia Romanholi Passos afirma que o trabalho já começa antes do início das chuvas. “Encontramos muitos criadouros do mosquito nessas regiões durante a realização do trabalho de campo que prevê, além do recolhimento do material, orientação às pesso­as. Portanto, solicitamos à população que limpe suas casas, seus quintais semanalmente e não deixe acumular água parada, ambiente ideal para o mosquito crescer”, alerta.

Casos de dengue em Ribeirão Preto
2009 – 1.700 casos 2010 – 29.637 casos 2011 – 23.384 casos 2012 – 317 casos 2013 – 13.179 casos 2014 – 398 casos 2015 – 4.689 casos 2016 – 35.043 casos 2017 – 246 casos 2018 – 271 casos 2019 – 12.231 casos * * Balanço de 273 dias de 2019 Total desde 2009: 121.095, mas estudo da SMS aponta que o número seja quatro vezes superior, de 484.380

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