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Lula não barganha direitos ou liberdade

Em nota lida pelo seu advo­gado na tarde desta segunda-fei­ra, 30 de setembro, o ex-presi­dente Luiz Inácio Lula da Silva disse que não aceita “barganhar” seus direitos e sua liberdade e que os procuradores da Lava Jato devem desculpas “ao povo brasileiro, aos milhões de de­sempregados e à minha família pelo mal que fizeram à demo­cracia, à Justiça e ao País”.

A nota é uma resposta de Lula à manifestação dos pro­curadores de Curitiba (PR) que na sexta-feira (27) pediram à juíza Carolina Lebbos, respon­sável pela execução da pena do petista, que ele fosse transferido para o regime semiaberto. Nas 23 linhas da nota escrita à mão, Lula não diz explicitamente que recusa a progressão de regime. Isso deve ficar a cargo da defesa do ex-presidente que vai se ma­nifestar oficialmente sobre o pe­dido do Ministério Público.

A nota dirigida “ao povo bra­sileiro” começa com uma frase que Lula tem repetido em entre­vistas e a quem vai visitá-lo. “Não troco minha dignidade pela mi­nha liberdade”, e continua no mesmo tom: “Quero que saibam que não aceito barganhar meus direitos e minha liberdade”. O texto reforça o discurso que Lula adotou desde que foi preso de não aceitar progressão de regi­me ou artifícios jurídicos para sair da cela onde cumpre pena na superintendência da Polícia Federal em Curitiba desde o dia 7 de abril do ano passado.

“Diante das arbitrariedades cometidas pelos procuradores e por Sergio Moro (ex-juiz que o condenou em primeira instân­cia e hoje é ministro da Justiça), cabe agora à Suprema Corte corrigir o que está errado para que haja Justiça independente e imparcial, como é devido a todo cidadão”, diz o ex-presidente.

De acordo com Lula, “são eles (Lava Jato) e não eu que estão presos às mentiras que contaram ao Brasil e ao mundo”. Advogados próximos ao petista dizem que o caso é “inédito e inu­sitado” e, portanto, a decisão sobre a permanência de Lula ou não na PF de Curitiba cabe à juíza Ca­rolina Lebbos.

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