Juíza considerou que o indiciado não deveria permanecer preso por ser réu primário e não haver provas de intimidações a testemunhas e familiares da vítima
A Justiça de Ribeirão Preto concedeu nesta sexta-feira (27)a liberdade provisória para Clayton Rogério Gomes, 37, preso desde janeiro passado, quando atropelou um motociclista enquanto trafegava na contramão de uma das pistas da Via Norte, em Ribeirão Preto.
A vítima, Flávio Antônio Previato, 52, morreu no local.
A decisão da juíza Isabel Cristina Alonso Bezerra Zara, da 2ª Vara do Júri de Ribeirão Preto, baseou-se nos antecedentes e, por ser réu primário, Clayton Rogério Gomes pode responder em liberdade.
O indiciamento ocorreu em decorrência dos fatos registrados na manhã 18 de janeiro.
Transeuntes relataram que o motorista dirigia em alta velocidade, quando atropelou um jovem próximo ao cruzamento da rua Euclides Elpídio Figueiredo.
Ele não parou e tampouco prestou socorro, fugindo na contramão da via expressa, em velocidade acima do permitido.
Nas proximidades com a confluência da rua Aliados, o contador colidiu frontalmente com a motocicleta pilotada por Flávio Antônio Previato, que retornava para casa, depois do trabalho.
O tenente do Corpo de Bombeiros Frank Fernando Andrade, cuja guarnição fez o atendimento às vítimas dos acidentes, em resposta aos repórteres, informou que o motorista estava agressivo e desorientado.
Clayton Rogério Gomes teve a prisão decretada pela Justiça naquele mesmo dia.
Quando recebeu alta da Santa Casa de Ribeirão Preto, ele foi levado para o CDP (Centro de Detenção Provisória) de Serra Azul.
Em 5 de fevereiro deste ano, a Justiça aceitou a denúncia do MPE (Ministério Público Estadual ), que indiciou Clayton por tentativa e homicídio duplamente qualificado, por considerar que a morte se deu por meio cruel e não ter dado chances de defesa à vítima, “tratando-se de delitos gravíssimos, hediondos e indicados do alto grau de periculosidade”, postulou a denúncia.
O advogado de defesa do indiciado reafirmou que o seu cliente não teve intenção de causar os atropelamentos.
O advogado Marcos Messias de Souza enfatizou na defesa apresentada à Justiça que o acusado estava fugindo de uma eventual perseguição de outro carro e de uma moto e, empreendeu fuga, acelerou o seu veículo e entrou na contramão da via pública.
A juíza Isabel Cristina Alonso Bezerra Zara, que considerou que não havia motivos para manter a prisão preventiva, e que não havia provas do acusado ter feito intimidações a testemunhas ou familiares das vítimas.
Entretanto, a juíza determinou que o réu compareça ao juízo a cada 10 dias e está proibido de frequentar bares e casas noturnas, de manter contato com pessoas relacionadas ao processo e de se ausentar de Ribeirão Preto sem a devida e concedida autorização.
Clayton Rogério Gomes deixou a prisão na tarde desta sexta-feira (27).
O promotor de Justiça, Marcus Túlio Nicolino, informou que a decisão da magistrada foi uma surpresa, e que cabível de recurso, mas irá analisar os termos considerados na decisão pela Justiça.