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Hotel Brasil na mira do MPE

JF PIMENTA/ARQUIVO

O Ministério Público Esta­dual (MPE) pretende otimizar as ações para a recuperação e destinação do antigo Hotel Bra­sil, localizado na esquina da rua General Osório com a avenida Jerônimo Gonçalves, na região conhecida como “Baixada”, no Centro Velho de Ribeirão Preto. A informação é do promotor de Habitação e Urbanismo, Wan­derley Trindade, que vai “con­vocar” o proprietário para uma conversa com o objetivo de es­clarecer quais as suas intenções em relação ao imóvel.

De acordo com o promotor, caso o proprietário não decida restaurar o imóvel, o MPE vai sugerir que o prédio histórico seja negociado e, em caso de o encontro terminar sem acordo, a Promotoria de Habitação e Urbanismo promete impetrar “ação de perdimento”. Ou seja, uma medida judicial para que o patrimônio passe para o poder público, que se tornaria respon­sável por recuperá-lo e em dar uma destinação ao edifício.

Trindade lembra que foi graças a uma ação civil pública de sua autoria, em 1987, que o prédio foi preservado. Mas des­de aquela data nada foi feito para restaurá-lo. “Vamos exigir ações para garantir a restauração”, afir­ma. Construído nem 1921, o an­tigo Hotel Brasil está desativado e abandonado há 26 anos.

Foi tombado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural (Conppac) em agosto de 1991. Conhecido por ter hospedado autoridades políticas e times de futebol como o Boca Juniors e River Plate, da Argentina, e Vasco da Gama entre os anos 1930 e 1955 – de acordo com informações do Arquivo Histórico Municipal –, o imóvel pertence ao em­presário Maurício Marcondes de Oliveira. O Tribuna tentou localizar os donos do imóvel, mas não conseguiu.

Atualmente, a estrutura apresenta portas e janelas que­bradas, além do teto danifica­do. Além dele, outros prédios abandonados na região central também fazem parte do projeto de revitalização. “Vamos con­cluir o levantamento de todos os imóveis e conversar com seus proprietários”, afirma o promo­tor. De acordo com o arquiteto Claudio Henrique Bauso, mem­bro do Conppac, desde a desati­vação do hotel foram realizadas várias tentativas para a ocupação do espaço.

Entretanto, nenhuma delas deu resultado. A mais recente, segundo ele, aconteceu em 2010, quando a prefeitura de Ribeirão Preto tentou realizar uma per­muta com os proprietários e ins­talar um centro cultural no local. “Estava quase tudo, mas por problemas ligados ao imóvel o projeto não deu certo”, relembra.

Histórico do Hotel Brasil
O pedido para aprovação do projeto de construção de um grande hotel, de proprieda­de de Vicente Viccari, foi enca­minhado à prefeitura em abril de 1921. Neste mesmo ano, o projeto do engenheiro Antônio Soares Romêo foi aprovado pelo então prefeito João Rodrigues. Foi arrendado ainda nos anos 1930 por José Antonio Chinez, imigrante chinês. Posterior­mente foi arrendado por Pedro Sinivaldi, imigrante italiano e, Antonio Sacramento, imigrante português que locou o hotel até o ano de 1945.

Em seguida os irmãos da família Belíssimo – José, Feli­pe e Antonio –permaneceram a frente dos negócios até fale­cerem. Mais tarde, os filhos de Antonio Belíssimo, Paulo, José e Luiz ficaram como suces­sores do arrendamento até o ano de 1982. Antes da família Marcondes, o último locatário do Hotel Brasil foi Sebastião Gualberto Machado e seus fi­lhos Marco e João Gualberto (organização Hoteleira Ma­chado de Campos Ltda.).

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