Ribeirão Preto é uma das sete cidades do Estado de São Paulo e uma das 39 do país contempladas pelo Ministério das Cidades com investimentos para ações de redução e controle de perdas de água. A cidade contará com financiamento de R$ 115,46 milhões para esse destino – não é recurso a fundo perdido.
Para garantir que o Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto (Daerp) fosse selecionado, o prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) sancionou, em 29 de julho, a lei nº 14.369 para a implantação do Programa de Gestão, Controle e Redução de Perdas de Água e Eficiência Energética.
“Ribeirão Preto se destaca entre todas as cidades brasileiras, incluindo as capitais dos Estados, ao atingir a universalização do saneamento básico, com 100% da cidade recebendo água tratada, 100% dos bairros com coleta de esgoto e 100% dos bairros com tratamento de esgoto”, diz.
“A universalização do sistema de saneamento básico em Ribeirão Preto levará a cidade a ser a primeira do país no ranking do saneamento, a partir de 2020”, afirma o prefeito – a previsão inicial era para abril deste ano, mas as obras atrasaram.
De acordo com o ranking apresentado pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes) até 2019, Ribeirão Preto encontra-se em 8º lugar entre os 33 municípios de grande porte com melhor saneamento básico no país. O levantamento foi realizado em cidades com mais de 100 mil habitantes, na categoria “Rumo à universalização”.
A média geral do Brasil foi de 496,81 pontos, ou seja, Ribeirão Preto obteve um resultado superior ao dos outros municípios, alcançando um total de 499,30 pontos – nota 100 em abastecimento de água, coleta de esgoto, coleta de resíduos sólidos e destinação adequada de resíduos sólidos e 99,3 em tratamento de esgoto.
Já o “Ranking de Saneamento Básico das 100 Maiores Cidades 2019”, do Instituto Trata Brasil (ITB), diz que a cidade saltou do 21º lugar em 2016 para o 13º em 2017. A nota total – com avaliação que abrange abastecimento de água e tratamento de esgoto, rede instalada, desperdício, arrecadação, investimento e outros tópicos relacionados ao tema e que pode ser de no máximo 10 – subiu de 7.99 para 8.49 em um ano.
O levantamento tem por base dados do Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento (SNIS) do ano em referência e indica ainda que houve menos perdas tanto na distribuição quanto no faturamento do Departamento de Água e Esgotos (Daerp). De acordo com o estudo, a perda de água na distribuição, causada principalmente por vazamentos nas tubulações, que havia saltado de 15,89% em 2014 para 23,06% no ano subsequente, chegou a 61,48% no último ano da gestão Dárcy Vera (sem partido).
Em 2017 caiu para 59,36, mas o índice ainda é muito elevado – a meta do Daerp é reduzir em 50% até 2021, e terá o financiamento de R$ 115,46 milhões para investir no projeto, de um total de R$ 144 milhões. Neste quesito, a nota ficou em 0.13 em uma escala que vai até 0.5. Já as perdas no faturamento – resultado de ligações clandestinas e erros de medição –, que haviam crescido de 33,23% para 44,7% entre 2014 e 2015, saltou para 66,82% em 2016 e agora caiu para 59,83%. A cidade também tirou nota 0.13 neste quesito.
Redução e controle de perdas de água
O projeto de setorização proposto pelo Daerp garantirá a redução de perdas da água produzida nos 116 poços em operação. Com a implantação, todo o sistema de abastecimento será feito dos poços para os reservatórios e dos reservatórios para as redes de abastecimento.
Isso permitirá a redução de vazamentos e uma distribuição eficiente. Para tanto, serão construídos dez novos poços, 17 reservatórios com capacidade total de 23 milhões de litros de água, 68 quilômetros de redes adutoras e de distribuição, além da implantação de válvulas de corte para a criação dos setores de abastecimento.
Obras entregues
A cidade conta atualmente com a implantação de 92 quilômetros de novos coletores e interceptores de esgoto. Já foram substituídos e implantados 1.450 metros redes de esgoto, beneficiando os bairros Jardim Jóquei Clube, Jardim Progresso, Jardim Paulistano, Jardim Helena, Parque São Sebastião e Vila Virgínia.
Também foram implantados 3.500 metros de redes e adutoras beneficiando os bairros Sumaré, Ipiranga, Ribeirão Verde, Vila Elisa, Jardim Paulista, Jardim Recreio, Jardim Paulistano, Jardim América e Centro. Além disso, 35 mil pessoas serão contempladas com a substituição de 42,2 quilômetros de redes de água e a construção de cinco reservatórios com capacidade total de 6,8 mil m³ que estão em execução. O Daerp ainda construiu e entregou, nos últimos dois anos, dez novos poços, beneficiando 30 bairros.