A produção brasileira de grãos na safra 2018/19 deve alcançar recorde 242,1 milhões de toneladas, o que corresponde a um aumento de 6,4% em comparação com o período anterior (227,7 milhões de t). Os dados fazem parte do 12º levantamento sobre a safra 2018/19 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta terça-feira, 10 de setembro. O recorde anterior ocorreu na safra 2016/17, com produção de 238,8 milhões de t. Conforme a Conab, o crescimento em 2018/19 deve-se à maior produção nas culturas de algodão e milho.
Já segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de agosto, divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a safra agrícola de 2019 deve totalizar 239,8 milhões de toneladas, uma alta de 5,9% em relação ao resultado de 2018, o equivalente a 13,3 milhões de toneladas a mais. Em relação ao levantamento de julho, houve elevação de 108,1 mil toneladas na estimativa para a produção deste ano.
A área de plantio em 2018/19 deve totalizar 63,2 milhões de hectares, representando aumento de 2,4% em comparação com 2017/18. “Os maiores aumentos de área são observados no milho segunda safra, 1,1 milhão de hectares, soja, 724,9 mil hectares, e algodão, com 443,5 mil hectares”, informa a Conab, em boletim. No caso do algodão, com a colheita praticamente encerrada, a pesquisa realizada pela estatal revelou um crescimento de 35,9% na produção, com volume estimado de 2,7 milhões de t do algodão em pluma.
Segundo o IBGE, os produtores brasileiros devem colher 62,9 milhões de hectares na safra agrícola de 2019, uma elevação de 3,2% em relação à área colhida em 2018, o equivalente a 1,9 milhão de hectares a mais. O resultado ficou estatisticamente estável (0,0%) em relação ao previsto no levantamento referente a julho, divulgado no mês passado, o equivalente a 15.988 hectares a menos. A área a ser colhida de soja em 2019 será 2,3% maior que a de 2018, enquanto a de milho deve crescer 6,8%. Por outro lado, a área de arroz encolherá em 10,3%.
A safra total de milho deve atingir quase 100 milhões de toneladas. Houve aumento na segunda safra, com crescimento de 36,9% e previsão de produção recorde de 73,8 milhões de t, e queda na primeira safra, com 26,2 milhões de t, 2,3% menor que a anterior. “No quadro de oferta e demanda da Conab, o produto mostra ainda uma expectativa de exportação recorde, de quase 35 milhões de toneladas”, informa a Conab.
O feijão apresentou bons resultados apenas na segunda e terceira safras, com aumento de 6,3% e 21,2% respectivamente. Mas não foi suficiente para garantir aumento no número total, que fechou 3% abaixo do ano anterior, com cerca de 3 milhões de toneladas nas três safras. A primeira safra de feijão, com colheita encerrada, teve queda de 23,4%, para 986 mil t, por causa, principalmente, das reduções nas áreas de produção no Paraná, Minas Gerais, Piauí e Santa Catarina.
Já no caso do arroz, a produção de 10,4 milhões de toneladas é 13,4% menor que a obtida em 2017/18, por causa da redução de área e produtividade ocorridas nos principais Estados produtores. A soja também sofreu redução de 3,6% na produção, atingindo 115 milhões de t. Houve, contudo, o crescimento na área de plantio em 2,1%. Com o fim da colheita próximo (restam apenas algumas áreas na Região Norte e Nordeste), e mesmo com o decréscimo no porcentual, a safra 2018/19 consolida-se como a segunda maior produção de soja na série histórica da Conab.
A produção de trigo está estimada em 5,4 milhões de t, com uma área de 2 milhões de hectares, 0,2% maior que em 2018. As demais culturas de inverno (aveia, canola, centeio, cevada e triticale) apresentam um leve aumento na área cultivada, passando de 546,5 mil hectares na safra passada, para 564,8 mil hectares.
De acordo com o IBGE, a alta de 5,9% deve ser puxada pela produção de milho, que deve crescer 21,5% em relação ao ano anterior. As outras duas grandes lavouras de grãos devem ter queda: soja (-3,9%) e arroz (-12,7%). Entre as outras lavouras de grãos em que se estima produção acima de um milhão de toneladas, deverão fechar o ano com alta o algodão (32,4%), o sorgo (13,9%) e o trigo (9,5%). O feijão, por outro lado, deve ter queda de 1,1% no ano.