O presidente do diretório municipal do Partido Social Liberal, Rodrigo Junqueira, esteve na semana passada em Brasília, no Ministério da Infraestrutura, apresentando o projeto para a implantação do trem turístico em Ribeirão Preto. Ele também apresentou propostas complementares ligadas ao mesmo tema como, por exemplo, o uso do transporte ferroviário para a mobilidade urbana na cidade.
Além da demanda do trem turístico e do uso do modal ferroviário para a mobilidade urbana, Junqueira solicitou aos diretores da Secretaria Nacional de Transportes Terrestres o apoio para viabilizar o avanço do projeto para a instalação do Museu Ferroviário do Instituto História do Trem em Ribeirão Preto.
A reunião teve a presença de diretores da Secretaria Nacional de Transportes Terrestres (SNTT), entre eles o Ismael Trinks, diretor do Departamento de Transporte Ferroviário, e do coordenador-geral André Ludolfo. A comitiva ribeirão-pretana contou ainda com Fernanda Gomes, do PSL local, Denis W. Esteves, presidente do Instituto História do Trem, e Caio Abraham, presidente da Câmara de Comércio Interamericana do Brasil (Amcham).
Ficou acordado que uma nova agenda de trabalho será elaborada pelo Ministério da Infraestrutura, além de uma possível visita técnica do Departamento de Transporte Ferroviário em Ribeirão Preto. A proposta apresentada foi batizada de “Trilhos da Mogiana” pelo Instituto História do Trem – o projeto “Trem Turístico” é do Ribeirão Convention & Visitors Bureau.
A ideia de implantar um trem turístico na cidade é antiga. No final do ano passado, o Convetion Bureau pediu ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) a cessão da maria-fumaça “Mogiana” para o projeto “Trem Turístico” e para um museu ferroviário, que prevê a ocupação da Estação Barracão, localizada no Ipiranga, na Zona Norte, na junção das avenidas Dom Pedro I e Capitão Salomão.
A solicitação inclui também o pedido de doação de todo material que está guardado dentro da Estação Barracão e os trilhos que compõem a malha ferroviária desativada, que vai até a fábrica da Coca-Cola (Andina) e a Estação Ferroviária Mogiana, na Vila Mariana. Todo este material pertence à União e está sob responsabilidade do Dnit.
O Convention Bureau também se habilitou junto à Justiça Federal para fazer parte do processo judicial que concedeu a permanência do equipamento em Ribeirão Preto. O impasse sobre o destino da maria-fumaça começou em 2017, após a tentativa de retirada da locomotiva “Mogiana”, que seria restaurada e colocada em operação em uma linha de turismo ferroviário entre as cidades de Itu e Salto. A máquina está a céu aberto na Estação Ferroviária Mogiana, na Vila Mariana, na Zona Norte.
Na época, o Dnit havia cedido a locomotiva Mogiana ao Consórcio Intermunicipal do Trem Metropolitano (Citrem) para implantação de um projeto trem turístico entre as cidades de Salto e Itu, mas uma liminar do o juiz Roberto Modesto Jeuken, da 7ª Vara Federal de Ribeirão Preto, movida pelo Convention e pelo procurador da República André Luiz Morais de Menezes, impediu a transferência. O processo judicial ainda não foi concluído.
A locomotiva de fabricação inglesa, modelo 4-6-0 Then Weeler, foi adquirida pela Companhia Mogiana de Estradas de Ferro em 1893 e está exposta na cidade há mais de 40 anos. Ribeirão Preto tem outra maria-fumaça, a “Amália”, que está na praça Francisco Schmidt, na divisa do Centro com a Vila Tibério, onde funcionou a estação onde os imigrantes italianos desembarcavam para trabalhar na lavoura de café. A associação de bairro é contra a utilização da máquina nos pro jetos de trem turístico. Esta não corre o risco de ser transferida.
O projeto “Trem Turístico”, do Convetion Bureau, prevê a captação de recursos federais, além de parcerias com a iniciativa privada. O “Trilhos da Mogiana”, do Instituto História do Trem, tem quase as mesmas propostas, mas prioriza a atração de investidores privados. A ideia é criar um roteiro de aproximadamente oito quilômetros entre as estações Mogiana e Barracão. Um projeto de turismo ferroviário intermunicipal, passando por Cravinhos, São Simão e Tambaú, também está em estudo.
Em fevereiro, a Câmara de Vereadores aprovou requerimento em que pede informações à prefeitura de Ribeirão Preto sobre a maria-fumaça “Mogiana”. O documento, assinado pelos 27 parlamentares, requer detalhes sobre um possível processo de tombamento da locomotiva e em que fase esta iniciativa se encontra junto ao Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural (Conppac).
Solicita, ainda, que o prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) adote todas as medidas administrativas e judiciais viáveis para garantir o tombamento da máquina como patrimônio do município e, assim, ratificar a permanência do equipamento na cidade.