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Furacão Dorian causa 30 mortes nas Bahamas

DANTE CARRER/REUTERS

O governo de Bahamas suspendeu o alerta para o fura­cão Dorian e começou o lento processo de reconstrução do arquipélago, que foi devasta­do pela tempestade. Segundo novo balanço, foram 30 mor­tos, 13 mil casas destruídas e US$ 7 bilhões em prejuízos. Em Marsh Harbour, o cenário é caótico: casas completamente destruídas, carros virados, pilhas de escombros e inundações ge­neralizadas. Pessoas mascaradas com trajes protetores carrega­vam cadáveres em bolsas ver­des sobre a plataforma de um caminhão. Alguns moradores, ainda aturdidos, saíam às ruas arrastando malas com seus pertences mais valiosos.

“Na minha ilha (Ábaco), não sobrou nada. Nem bancos, nem lojas, nada”, disse Ramond King, morador de Marsh Harbour, enquanto revirava o que restou de sua casa. “Não sobrou nada, só corpos ” No fim de semana, o Dorian chegou à categoria 5 – a máxima – antes de atingir as Bahamas, com ventos de quase 300 quilômetros por hora. A ex­tensão dos danos começou a ser conhecida na quinta-feira, à me­dida que as equipes de socorro conseguiram percorrer a região afetada para resgatar sobrevi­ventes e levar ajuda às vítimas.

Como o serviço de tele­fonia entrou em colapso, em muitas áreas, moradores publi­caram listas de parentes e ami­gos desaparecidos nas redes sociais. O primeiro-ministro das Bahamas, Hubert Minnis, disse que o furacão deixou uma “devastação geracional”. Na quinta-feira, Minnis alertou que o número de mortos deve aumentar nas próximas horas. “É um inferno por todos os la­dos”, disse Brian Harvey, um canadense que vive na ilha de Ábaco. “Precisamos sair daqui. Passaram-se já quatro ou cinco dias. É hora de ir embora.”

A consultoria de risco Ka­ren Clark & Co. Calculou em US$ 7 bilhões os prejuízos cau­sados pelo furacão – apenas nas Bahamas. A estimativa leva em conta bens segurados e não se­gurados, incluindo a destruição de propriedades residenciais, co­merciais e industriais, mas exclui veículos e danos à infraestrutu­ra. A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que 76 mil pessoas estejam precisando de ajuda nas Bahamas, 60 mil na forma de comida.

A organização disse que en­viará oito toneladas de alimentos ao país. A ajuda internacional também vem da Guarda Costei­ra americana e da Marinha Real britânica, que entraram ontem nos esforços de resgate. Segundo os Estados Unidos, 135 pessoas foram resgatadas no arquipéla­go, com dez helicópteros e três barcos. O Dorian, que havia per­dido intensidade e desviado sua rota da Flórida (EUA), seguia como um furacão de categoria 2 ao se aproximar do litoral da Carolina do Sul.

Com ventos de até 210 km/h, o furacão vem causando tornados na região – o Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA registrou pelo menos cin­co entre a cidade de Charleston, na Carolina do Sul, e a fronteira entre os Estados da Carolina do Norte e Virginia. Segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências, o furacão pode causar inundações. Autoridades locais pediram à população que fique atenta aos alertas e busque abrigo, caso seja necessário.

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