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Projeto veta ‘filtro’ nas redes sociais

ALFREDO RISK

A Câmara de Vereadores aprovou nesta quinta-feira, 5 de setembro, projeto de lei que pro­íbe qualquer tipo de censura nas redes sociais ou qualquer meio digital de comunicação da pre­feitura de Ribeirão Preto. A pro­posta é de Marcos Papa (Rede) porque a administração muni­cipal bloqueou 112 usuários e proibiu a utilização de 15 termos em suas redes, dentre eles “bu­racos”, “crateras”, “esburacada”, “nojeira”, “prefake”, “propagan­da” e “enganosa”.

Segundo o vereador, a pos­tura do governo evidencia uma confusão entre a pessoa jurídi­ca de direito público e o agente político a partir do momento em que impede os munícipes de usarem os canais de comuni­cação oficiais para reclamar ou criticar. “Parece brincadeira de mau gosto que em uma cidade que está tão esburacada, como Ribeirão Preto, o cidadão não possa ter o direito de se manifes­tar, nas páginas oficiais, usando palavras como buracos e crate­ras”, afirma o parlamentar.

Papa ressalta que o poder público deve zelar pela impes­soalidade dos atos da adminis­tração pública e reforça a proi­bição já prevista nas políticas de uso das redes sociais de mani­festações relacionadas a injúria, racismo, homofobia, violência, entre outros. “Em suas pági­nas pessoais, o agente político pode bloquear e agir conforme entender por direito. Só não podemos aceitar de maneira alguma o uso do poder delega­do de administração da página oficial para promover censura e parcialidade”, conclui.

Em recente nota enviada ao Tribuna a prefeitura afirmou que os filtros de bloqueio ser­vem apenas para guiar a limpe­za de comentários que trazem palavras ou expressões chulas. “Não existe intenção de se es­conder nada que esteja dentro de uma normalidade na lingua­gem, tanto que a páginas tem diversos comentários com as palavras ‘buraco’ (no singular), ‘cratera’ (no singular), ‘esburaca­dos’ (no masculino) e ‘esburaca­da’ (no feminino).”

A nota afirma também que a página oficial da prefeitura no Facebook existe desde 2011 e, ao longo de oito anos, diversas palavras vão sendo bloquea­das dependendo do contex­to pejorativo e chulo em que são publicadas. “As expressões ‘propaganda enganosa’ ou ‘pu­blicidade enganosa’ foram blo­queadas porque comentários como esses levam a dissemina­ção de ‘fake news’, desvirtuan­do o objetivo da página”, diz.

“O internauta que comenta o que vem na cabeça ou sim­plesmente por discordância sem fundamento não tem nenhuma responsabilidade com a verdade dos fatos. A Prefeitura Munici­pal, ao contrário, tem a obriga­ção de levar à população somen­te informações verdadeiras por meio de notícias, propagandas ou publicidade”, ressalta o texto do governo.

A prefeitura Municipal de Ribeirão Preto garante que não tem nenhum problema com crí­ticas, sugestões ou reclamações e que para comprovar isto bas­ta analisar os posts publicados e seus comentários. “Mas, virar ‘terra de ninguém’ em que os usuários das redes sociais se sen­tem com liberdade para publicar ofensas pessoais ou ‘fake news’ não pode ser admitido inclusive em respeito a grande maioria da população que busca informa­ções de qualidade”, finaliza.

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