Tribuna Ribeirão
Economia

Relatório da reforma será lido no Senado

MARCELO CAMARGO/AG.BR.

O relatório da reforma da Previdência no Senado será lido nesta quarta-feira, 28 de agosto, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa. A leitura está marcada para as dez horas e deverá, pelas estimativas do próprio relator, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), levar cerca de 30 minutos.

Em seguida, será concedida vista coletiva para os senadores apreciarem o texto. A decisão pela leitura nesta quarta-feira só foi possível após um acor­do entre os líderes partidários, pois o regimento da Casa prevê um prazo mínimo de 48 horas após a apresentação do relató­rio, que ocorreu nesta terça-fei­ra (27), para a leitura. A vota­ção do relatório de Jereissati está prevista para ocorrer no dia 4 de setembro.

“A votação ocorrerá na quar­ta-feira [dia 4]. Nós abrimos prazo para a leitura, em um prazo razoável, dos votos em separado, porque provavelmen­te vai ter mais de um. Abre-se a discussão, encerra-se, vota e encaminhamos para o Davi Al­columbre [DEM-AP, presidente do Senado] pautar no plenário”, disse a presidente da CCJ, Simo­ne Tebet (MDB-MS).

A presidente recebeu o re­latório na manhã de ontem das mãos de Jereissati. Em relação ao texto aprovado na Câmara, o tu­cano decidiu suprimir do texto dois temas polêmicos: o Bene­fício de Prestação Continuada (BPC) e as regras para aposen­tadorias especiais. Ele garante que a supressão dos pontos não implica em alteração de mérito e, por isso, não precisaria voltar à Câmara para uma nova votação.

As mudanças previstas no relatório da reforma da Previ­dência no Senado devem resul­tar numa desidratação inicial de R$ 98 bilhões na economia esperada em uma década com o texto aprovado pela Câmara dos Deputados. Tasso Jereissa­ti propôs medidas de elevação de receita para recompor essas perdas, na expectativa de in­crementar a arrecadação em R$ 155 bilhões em igual perío­do. Caso essas iniciativas sejam aprovadas, o impacto líquido da reforma chegaria a R$ 990 bilhões, contra R$ 933,5 bilhões na versão que saiu da Câmara.

Mas a própria presidente da Comissão de Constituição, Jus­tiça e Cidadania (CCJ) da Casa, Simone Tebet (MDB-MS), ad­mitiu que as propostas de com­pensação não eram conhecidas pelos demais senadores até on­tem. De acordo com o relatório de Tasso, a supressão das mu­danças no critério de renda para a concessão do BPC, pago a ido­sos e pessoas com deficiência de baixa renda, deve retirar R$ 25 bilhões da economia esperada.

O senador também propôs a retirada da regra de transição que elevaria os pontos (que são a soma de idade e tempo de contribuição) exigidos para a aposentadoria de trabalhado­res expostos a agentes nocivos, como os mineiros. Essa medida reduz o impacto da reforma em R$ 6 bilhões em dez anos. Além das supressões, o relator propôs uma série de mudanças para serem discutidas em uma pro­posta paralela, para não atrasar o cronograma de tramitação da proposta atual. A principal delas é na regra de pensão por morte.

Tasso quer assegurar no tex­to constitucional que nenhum pensionista receba menos que o salário mínimo (hoje em R$ 998), caso sua renda formal seja inferior ao piso nacional. Além disso, o relator elevou a cota dada por dependente adi­cional caso ele seja menor de 18 anos, de 10% para 20%. No tex­to aprovado pela Câmara, uma mãe com dois filhos menores, por exemplo, receberia de pen­são 80% do salário de contribui­ção. Agora, na versão do Senado, ela receberia 100%.

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