A produtora musical e DJ Sonia Abreu morreu aos 68 anos na noite de segunda-feira, 26 de agosto, em São Paulo. Com uma carreira iniciada em 1964, aos 13 anos, é considerada a primeira DJ mulher do Brasil e esteve na ativa até meses atrás. Sonia morreu por complicações de uma doença degenerativa. O corpo foi velado até as 14 horas desta terça-feira, 27, na Funeral Home, na Bela Vista, na região central da cidade.
Nas redes sociais, Sonia foi homenageada pelo músico Arnaldo Baptista e por Claudia Assef, coautora da biografia da DJ, “Ondas Tropicais”, escrita junto de Alexandre de Melo e lançada em 2017. O livro leva o título do ônibus criado pela DJ nos anos 1980 e que funcionava como uma rádio móvel, parando em pontos como a rua Augusta, o Parque do Ibirapuera e a praça Coronel Custódio Fernandes Pinheiro., conhecida como a “Praça do Pôr do Sol”, no Alto de Pinheiros, na Zona Oeste.
Sonia foi produtora musical na rádio Excelsior entre 1968 e 1978, segundo informações do site da DJ. No mesmo período, também trabalhou na Som Livre. Entre 1980 e 1998, teve um programa de “world music” na 89FM. Além disso, nos anos 90, foi uma das fundadoras da Banca do Quarto Mundo, com 22 integrantes. Em 2015, foi homenageada na Assembleia Legislativa de São Paulo junto de Osvaldo Pereira, considerado o primeiro DJ do País.
Em 2017, Sonia foi entrevistada pelo colunista Eduardo Moreira, pela TV Estadão. Ela relatou no vídeo que, quando começou, ainda não era utilizado o termo “DJ”, mas, sim, “sonoplasta”, motivo pelo qual era chamada de “Soniaplasta”. Além disso, atribuiu ao pai o despertar do gosto pela música, que dizia ser eclético.
“Eu tenho que gostar de tudo, eu entro na onda. Vai fazer uma festa sertaneja? Tô dentro. Pagode? Tô dentro”, contou. “Quando é para o jovem que é legal, porque todo o dia tem uma novidade. Então, você tem que ter. E eu faço uma mistura, tem que tocar de tudo. Eu começo com black, deep house, aí vou, 1h30 de som, e já estou em 132 BPM.”