Tribuna Ribeirão
Economia

Equipe econômica defende nova CPMF

JOSÉ CRUZ/AG.BR.

Apesar da forte rejeição na Câmara e no Senado, o minis­tro da Economia, Paulo Guedes, deu apoio público, na quarta-fei­ra, 21 de agosto, à criação de um imposto federal sobre transa­ções financeiras nos moldes da extinta Contribuição Provisória por Movimentação Financeira (CPMF) – o popular “imposto do cheque” –, como forma de compensar a redução nos im­postos cobrados das empresas sobre a folha de pagamentos, medida que faz parte da propos­ta de reforma tributária que vai enviar ao Congresso Nacional

A Contribuição Social so­bre Transações e Pagamentos (CSTP), como foi batizado o novo imposto, deverá ter uma alíquota mais baixa, de 0,22%. A ideia é criar uma “conta in­vestimento” para isentar a co­brança da nova contribuição de aplicações na Bolsa, renda fixa e poupança, entre outras. Hoje, a contribuição previdenciária sobre a folha de pagamentos é de 20%. Pelos cálculos da área econômica, a alíquota cairia para algo entre 11% e 12%. A proposta é ir subindo com a desoneração até atingir 100% da folha. O objetivo do governo é que a medida estimule a gera­ção de empregos formais com a diminuição dos encargos.

“Podemos propor uma desoneração forte na folha de pagamentos a troco desse im­posto (CSTP). Se a classe po­lítica achar que as distorções causadas por esse imposto são piores do que os 30 milhões de desempregados sem carteira de trabalho, eles decidem”, afir­mou Guedes após reunião com o presidente da Câmara, Ro­drigo Maia (DEM-RJ). “Se for baixinho (o imposto), não dis­torce tanto (a economia), mas essa vai ser uma opção também da classe política.”

O movimento do ministro foi considerado importante, porque Maia é uma das maiores forças de resistência ao tributo. Até agora, a avaliação corrente era a de que a proposta de uma nova CPMF fosse patrocinada apenas pelo secretário espe­cial da Receita Federal, Marcos Cintra, ferrenho defensor de um tributo para bancar a deso­neração dos salários e estimular o emprego.

Os críticos da pro­posta se apoiam nas declarações do presidente Jair Bolsonaro (PSL) de que não aceita a CPMF. A equipe econômica, porém, aposta que vai conseguir mos­trar ao presidente a importância da contribuição para reduzir o desemprego, já que haveria a de­soneração da folha.

O próprio Bolsonaro admi­tiu nesta quinta-feira (22) que vai conversar com Paulo Guedes sobre a possibilidade de criar um imposto federal sobre tran­sações financeiras. O presidente sinalizou que a medida teria que servir como forma de compen­sação. “Vou ouvir a opinião dele. Se desburocratizar muita coisa, diminuir esse cipoal de impostos, a burocracia enorme, eu estou disposto a conversar. Não pretendo, falei que não pretendo recriar a CPMF”, disse em conversa com jornalistas na saída do Palácio da Alvorada, na manhã de ontem.

IVA
Se não houver apoio, a al­ternativa em estudo é elevar em cinco a seis pontos porcentu­ais a alíquota projetada para o Imposto sobre Valor Agregado (IVA) que será criado com a re­forma no lugar de tributos que incidem sobre o consumo. O go­verno vai insistir na desoneração da folha e avalia que tem conse­guido aumentar o apoio dos em­presários à proposta. Em evento em São Paulo, Cintra, deu a dica ao garantir que o novo tributo não “pode e não deve incidir em transações no mercado financei­ro”. Cintra trabalha para diferen­ciar a CSTP da antiga CPMF.

Postagens relacionadas

Etchegoyen: O Brasil está rodando e voando normalmente

Redação 1

CNC: semestre fecha com maior percentual de endividados desde 2010

Redação 1

Taxa média de desemprego em 2023 é a menor desde 2014

Redação 2

Utilizamos cookies para melhorar a sua experiência no site. Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Privacidade. Aceitar Política de Privacidade

Social Media Auto Publish Powered By : XYZScripts.com