Desde 1º de janeiro e até 31 de julho, Ribeirão Preto havia registrado 11.321 casos de dengue, 11.106 a mais do que os 215 dos sete primeiros meses de 2018, alta de 5.165%, cerca de 52 vezes superior em 212 dias de 2019. Os dados são Boletim Epidemiológico da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), divulgados nesta sexta-feira, 15 de agosto. A cidade também já tem três mortes por dengue hemorrágica confirmadas e luta para tentar conter o avanço da doença .
A chegada do inverno e a estiagem típica da estação evitaram uma proliferação ainda mais perigosa do Aedes aegypti, que já fez quase mais de onze mil vítimas na cidade, um cenário típico de epidemia. A população deve ficar atenta porque em 80% dos casos o criadouro do vetor está dentro de casa – o mosquito também é transmissor do zika vírus e das febres chikungunya e amarela (na área urbana)
Neste ano, dentre as já anunciadas vítimas do Aedes aegypti, 3.168 são da Zona Norte, 2.872 são da Zona Leste, mais 2.588 da Oeste, 1.473 da Central, 1.212 da Sul e oito sem identificação de distrito. Há ainda 21.432 casos sob investigação. A média é de 53 novos pacientes por dia. Parte é do sorotipo 2, que é mais forte e contra o qual a população não está imune.
O número de vítimas do Aedes aegypti na cidade em 212 dias deste ano já é 4.077% superior ao total do ano passado, quando Ribeirão Preto contabilizou 271 ocorrências – são 11.050 pacientes a mais em 2019, ou quase 42 vezes superior. Em julho, a cidade contabilizou 175 casos, contra onze do mesmo mês de 2018, com 164 a mais e alta de 1.490%. A média diária é de quase seis. Neste ano, Ribeirão Preto registrou 247 casos de dengue em janeiro, 624 em fevereiro, 1.570 em março, 4.160 em abril, 3.737 em maio, 808 em junho e 175 em julho.
Em 2018, foram 45 ocorrências no primeiro mês, 37 no segundo, 28 no terceiro, 42 no quarto, 35 em maio, 17 em junho, onze em julho, cinco em agosto, um em setembro, seis em outubro, cinco em novembro e 38 em dezembro. No ano passado, das 271 pessoas contaminadas pelo vetor, 90 eram da Zona Leste, mais 73 na Oeste, 51 na Norte, 37 na Sul e 19 na Central, além de um caso sem identificação do distrito.
Em 2017, foram registrados 246 casos, o volume mais baixo dos últimos doze anos. Em 2014 foram 398 registros. Nos demais oito anos os casos confirmados foram superiores a mil, em alguns deles passando de dez mil registros, como em 2016 (de 35.043 casos), 2010 (de 29.637), 2011 (de 23.384) e 2013 (de 13.179). O terceiro menor registro de casos ocorreu em 2012, com 317. A Secretaria da Saúde também confirmou mais uma morte por dengue hemorrágica em Ribeirão Preto, a terceira do ano, desta vez de uma mulher de 53 anos, sem comorbidades, e que faleceu por causa da doença.
Os outros casos são de um homem de 73 anos, hospitalizado durante 16 dias, portador de cardiopatia e que evoluiu com pneumonia e morreu no dia 22 de abril, e uma mulher de 44 anos, também portadora de doenças associadas que estava internada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da avenida Treze de Maio, no Jardim Paulista, e faleceu no mesmo dia, com diagnóstico definitivo do dia 23. Em um dos casos a sorologia já demonstrou ser do tipo 2. O homem morava na Zona Leste e a mulher, na região central.
Chikungunya
Já para a chikungunya, um caso foi confirmado em janeiro deste ano. Em 2018, Ribeirão Preto atendeu oito pessoas com a febre transmitida pelo Aedes aeghypti – uma em março, uma em abril, uma em maio, outra em junho, uma em agosto, uma em setembro e duas em outubro. No entanto, fechou 2017 com aumento de 344,4%. Os dados mostram que o total saltou de nove para 40, com 31 pacientes a mais em relação a 2016. Neste ano não há casos de zika vírus, microcefalia e febre amarela.