Um homem de 34 anos é a segunda vítima de sarampo neste ano em Ribeirão Preto, segundo comunicado emitido pela Secretaria Municipal da Saúde nesta terça-feira, 13 de agosto. A cidade ainda investiga outros 38 casos suspeitos da doença. No início deste mês, a pasta já havia anunciado que a infecção havia acometido uma criança de um ano de idade. A investigação teve início em junho e a confirmação veio na semana passada.
No caso do homem de 34 anos, a suspeita de sarampo foi notificada em 16 de julho depois de apresentar sintomas sugestivos da doença – comunicou que havia viajado para São Paulo uma semana antes. Trezentas pessoas que tiveram contato com o paciente foram vacinadas e, até o momento, nenhuma delas apresentou vestígios da infecção.
A secretaria ainda informa que, seguindo norma da Divisão de Imunização do Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo, as crianças residentes em Ribeirão Preto com idade entre seis e onze meses estão recebendo uma dose da vacina tríplice viral desde segunda-feira (12). Independentemente dessa dose, a vacinação com tríplice viral aos 12 meses e de tetra viral aos 15 meses deve ser realizada normalmente, desde que respeitados um intervalo de 30 dias entre cada uma.
Outras 38 cidades do Estado de São Paulo estão na lista do Ministério da Saúde com alerta de surto ativo de sarampo. O secretário da Saúde, Sandro Scarpelini, pede tranquilidade à população alerta que a cidade não vive uma epidemia da doença. Ele ressalta que Ribeirão Preto possui uma boa cobertura vacinal. Em 2018, Ribeirão Preto registrou um caso não autóctone (importado) no mês de abril, depois de dez anos sem nenhuma ocorrência.
A cidade possui, atualmente, 36 salas de vacinas que permanecem abertas de segunda a sexta-feira. “As equipes de profissionais da Vigilância em Saúde estão fazendo os bloqueios para impedir o alastramento da doença onde foram constatados os casos suspeitos de sarampo. A Secretaria da Saúde entra em contato com todos aqueles que tiveram convívio com pessoas contaminadas ou com suspeita de sarampo. Em seguida, checa-se a vacinação e se foram tomadas as duas doses da vacina. Na dúvida, a imunização é reforçada”, orienta o titular da pasta.
A diretora de Vigilância em Saúde e Planejamento da Secretaria Municipal da Saúde, Luzia Marcia Romanholi Passos orienta as pessoas que apresentarem febre e manchas vermelhas pelo corpo, acompanhadas de tosse, coriza e ou conjuntivite, a procurarem uma unidade de saúde. “O sarampo é uma doença altamente transmissível por via respiratória, isto é, transmite à outra pessoa ao falar, ao tossir, ao espirrar”, alerta. Ela explica, ainda, que a vacina contra sarampo é de rotina, inclusa no Programa Nacional de Vacinação desde 1980.
Os casos entre menores de 12 meses de idade representam 13,6% dos 967 casos existentes no Estado. Pelo menos 80% do total se concentram na capital, com 778 casos. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, a relação das cidades com indicação será atualizada semanalmente. Se a situação epidemiológica exigir, novos municípios serão incluídos na lista.
A campanha de vacinação focada em jovens de 15 a 29 anos em 15 municípios da Grande São Paulo, continua. Segundo os dados da Secretaria, desde 10 de junho, quando a campanha começou, 1,2 milhão de pessoas nessa faixa etária foram imunizadas. A meta é vacinar 4,4 milhões até o dia 16 de agosto, data de encerramento da campanha. A vacina tríplice viral protege contra sarampo, rubéola e caxumba.
Número de casos
O sarampo está se alastrando pelo País. Depois de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia, é a vez do Paraná registrar a doença. O Ministério da Saúde contabilizou até o momento 1.226 casos da infecção entre 12 de maio e 3 de agosto. Do total, 1.220 estão concentrados em São Paulo, quatro no Rio, um na Bahia e outro, no Paraná. Há ainda 6.678 casos em investigação.
Desde o início do ano, foram confirmados 1.322 pacientes com a infecção, 95% dos quais nos quatro Estados que atualmente estão em situação de surto. Apesar do avanço da infecção, a cobertura vacinal contra sarampo é considerada baixa. No Rio, 51,23% das crianças estão imunizadas. A cobertura em São Paulo é de 74,65%; na Bahia é de 61,69%; e no Paraná, de 89,53.