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Ídolo de Comercial e Botafogo, ex-zagueiro aposta na carreira de ‘Personal Soccer’

FOTO: JF PIMENTA/JORNAL TRIBUNA


Murilo Bernardes

Dizem que o momento mais difícil da carreira de um jogador de futebol é o de parar. Os anos dedicados ao esporte muitas vezes impedem que o atleta planeje bem o seu futuro e encare a aposentadoria com naturalidade, com planos.

Osmair Cintra de Paula Filho, mais conhecido como Mirita, ídolo de Botafogo e Co­mercial, pendurou as chuteiras em 2018 e passou a se aventu­rar numa nova carreira, a de ‘personal soccer’, espécie de treinador individual de prati­cantes do esporte.

Identificado com os dois times de Ribeirão Preto, Miri­ta fez parte de bons momen­tos vestindo as cores da dupla Come-Fogo. Com o Leão do Norte, em 2013, o zagueiro fez parte do elenco que le­vou o alvinegro novamente à primeira divisão do futebol paulista. Titular absoluto, o defensor esteve em campo na histórica goleada por 7 a 0 so­bre a Portuguesa.

Já no Botafogo, em 2015, Mirita foi titular na campanha que terminou com o acesso e o maior título da história do Pan­tera, o Campeonato Brasileiro Série D. Exemplo de profissio­nalismo, o ex-jogador afirmou que sempre teve respeito pelas camisas que defendeu e que isso foi um ensinamento que veio dos pais.

“Meus pais me ensinaram a ser profissional, aprendi isso desde muito novo. Nos dias de hoje, se o atleta não for profis­sional, ele perde espaço. Poder ter defendido a camisa dos dois clubes da minha cidade e ter conseguido sucesso em ambos é motivo de orgulho. Tive o prazer de conquistar um acesso impor­tante com o Comercial e o títu­lo de campeão brasileiro com o Botafogo”, contou.

Eleito melhor defensor do Campeonato Goiano em 2018, aos 33 anos, o ex-zagueiro ainda poderia jogar em alto nível. Mas, segundo ele, por desígnios de Deus, preferiu encerrar a carrei­ra e buscar novos ares.

“Sou um cara que teve ra­ras lesões, sempre procurei me cuidar, pois tinha para mim que o meu corpo era mi­nha ferramenta de trabalho. Eu decidi parar pouco tempo depois de ter sido eleito o me­lhor zagueiro do campeonato goiano de 2018. Sou um cara católico e extremamente te­mente a Deus. Durante um ano eu pedi a Deus em ora­ção que ele me mostrasse um caminho. Deus respondeu as minhas orações e me mostrou que o caminho era parar de jogar profissionalmente. De­cidi parar e não me arrependi da escolha”, afirmou.

A vida de ‘aposentado’ du­rou pouco. Meses depois de ter pendurado as chuteiras, Mirita partiu para um novo desafio pessoal. Inspirado num projeto que conheceu em Goiânia, o ri­beirão-pretano resolveu aplicar seus conhecimentos adquiridos enquanto jogador e fundou a M4 Personal Soccer.

“A ideia de começar a mon­tar a M4 surgiu de um traba­lho que uns conhecidos meus de Goiânia tem. Eles são uma referência. Como sempre faço, pedi a Deus uma direção e ele colocou pessoas no meu ca­minho que me incentivaram e auxiliaram na formatação do projeto”, revelou.

Os treinamentos são sempre muito intensos e intercalam ati­vidades físicas e trabalho com bola. Exigente, Mirita afirma que tirar o melhor de cada alu­no é a sua missão. Segundo ele, poder ajudar pessoas em seu desenvolvimento pessoal é ex­tremamente motivador.

“Hoje me sinto comple­tamente realizado. Tenho o maior prazer em trabalhar na M4. Quero muito poder ajudar cada aluno a se superar e alcan­çar o seu melhor a cada treina­mento. Sou bastante exigen­te, gosto que eles se doem ao máximo. Sempre tento tirar o limite de cada um, isso foi uma das coisas que aprendi com o Fernando Diniz, atual treina­dor do Fluminense”, finalizou.

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