Tribuna Ribeirão
Política

STF mantém Lula preso em Curitiba

Fernando Frazão/Agência Brasil

Por dez votos a um, o plená­rio do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quarta-feira, 7 de agosto, acolher parcialmen­te pedidos da defesa de Luiz Inácio Lula da Silva e suspen­deu a transferência do petista de Curitiba para um presídio em Tremembé, em São Paulo. Des­ta forma, o ex-presidente deve permanecer na Sala de Estado Maior onde se encontra preso na superintendência da Polícia Federal na capital paranaense.

A defesa de Lula havia feito três pedidos ao STF. O primeiro era para que fosse concedida limi­nar para restabelecer a liberdade plena de Lula, o que foi negado pelos ministros. O plenário aten­deu, no entanto, outros dois pe­didos subsidiários do petista: para suspender a decisão da juíza Ca­rolina Lebbos, da 12ª Vara Federal de Curitiba, que havia autorizado a transferência do petista de Curi­tiba para São Paulo, com base em um pedido da Polícia Federal.

A defesa de Lula considerou a transferência para o estabele­cimento prisional comum de Tremembé “descabida” e “ilegal”. Os integrantes da Corte também asseguraram ao ex-presidente o direito de permanecer em Sala de Estado Maior na superintendên­cia da PF. A decisão dos ministros coincidiu com o posicionamento da procuradora-geral da Repú­blica (PGR), Raquel Dodge, que defendeu o acolhimento parcial dos pedidos de Lula em breve ma­nifestação oral durante a sessão.

Relatoria
Inicialmente, a defesa de Lula encaminhou os pedidos ao mi­nistro Gilmar Mendes, que pe­diu vista em dezembro do ano passado no julgamento em que o petista acusa o ex-juiz federal Ser­gio Moro de agir com parcialidade ao condená-lo no caso do triplex do Guarujá. O habeas corpus, no entanto, é de relatoria do ministro Edson Fachin, que cuida dos pro­cessos da Lava Jato no STF.

Diante do impasse, os pedi­dos da defesa foram encaminha­dos para o presidente do STF, ministro Toffoli, para que ele de­finisse quem deveria analisá-los. Na retomada da sessão à tarde, Toffoli comunicou aos colegas que os pedidos da defesa de Lula deveriam ser enviados ao relator da Operação Lava Jato na Cor­te, ministro Edson Fachin. “Eu concluo pela competência de sua Excelência”, disse Toffoli, di­rigindo-se a Fachin.

Mais cedo, o presidente da Corte se reuniu com parlamenta­res do PT, MDB, PSOL, PCdoB, PSD, PP, Solidariedade, entre ou­tros partidos, para tratar do tema. Os parlamentares defenderam na ocasião frear a “escalada autoritá­ria” do Paraná. Depois que Toffoli definiu que os pedidos deveriam ser apreciados por Fachin, o re­lator da Lava Jato no STF iniciou a leitura do voto logo depois, acolhendo parcialmente os pe­didos da defesa de Lula. Fachin negou colocar Lula em liberdade, mas votou para mantê-lo preso na superintendência da PF em Curitiba na sala de Estado Maior.

Divergência
A maioria dos ministros se limitou a dizer que acompanha­va o relator. A única divergência no julgamento veio do ministro Marco Aurélio Mello, que cri­ticou a “queima de etapas” nas instâncias judiciais. “Qual é o ato que está sendo apreciado pelo Supremo, última instância do Judiciário? É um ato único da juíza de execuções penais de Curitiba, os atos não estão sub­metidos à jurisdição do Supre­mo, os atos da juíza devem ser impugnados no foro próprio. Já ouvi que o Supremo tudo pode, porque não há acima dele um órgão para revisar as decisões”, criticou Marco Aurélio.

“Não posso conceber que este tribunal endosso queima de etapas, e nós aprendemos desde sempre que no direito, o meio justifica o fim, não o fim justifica o meio. O que dá base ao Supremo pronunciar-se a respeito da ma­téria? Nada, absolutamente nada. Deveria a defesa ter recorrido ao órgão revisor do juízo de Curiti­ba, da Vara das Execuções Penais. No entanto, diante deste contexto, dentro de uma decisão de pri­meira instância, acolhe-se pleito de pronunciamento imediato do Supremo, menosprezando-se a organização judiciária, menospre­zando-se a existência de um órgão revisor, competente para apreciar decisões da primeira instância”, complementou Marco Aurélio.

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