Tribuna Ribeirão
Política

Câmara aprova reforma da Previdência

PABLO VALADARES/CÂMARA DOS DEPUTADOS

Depois quase dez horas de votações, o plenário da Câma­ra Federal concluiu a votação da reforma da Previdência em segundo turno. Os deputados rejeitaram os oito destaques apresentados e mantiveram sem alterações o texto principal apro­vado na madrugada desta quarta-feira, 7 de agosto, por 370 votos a 124. O placar foi menos favorável do que no primeiro turno, quan­do foram obtidos 379 votos favo­ráveis e 131 contrários.

Ao encerrar a sessão, que começou às nove horas, mas só teve a ordem do dia aberta por volta das 12h30, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM -RJ), agradeceu o apoio de todos os partidos na construção e na aprovação da reforma. “Nin­guém chega a um resultado des­ses sozinho”, disse.
Ele recebeu os cumprimen­tos dos ministros da Economia, Paulo Guedes, que apareceu no Plenário nos instantes finais de votação, e da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que deixou o mi­nistério para participar das vo­tações como deputado. Como o texto do primeiro turno foi mantido na votação em segun­do turno, não há necessidade de que a proposta seja novamente aprovada em comissão especial.

Dessa forma, a matéria está pronta para ser encaminhada para o Senado, onde passará pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa e também precisará ser aprovada em dois turnos de votação em plenário. O texto deixa a Câmara quase seis meses depois de ser enviado pelo governo.

Os dois destaques que falta­vam ser votados foram rejeita­dos. Por 339 votos a 153, o ple­nário derrubou destaque do PSB que pretendia retirar o aumento gradual ao longo de 15 anos na pontuação (soma de tempo de contribuição e idade) para a apo­sentadoria de trabalhadores de atividades sujeitas à exposição a agentes nocivos químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde.

A reforma estabelece pon­tuação mínima de 66 pontos e 15 anos de efetiva exposição a agentes nocivos, 76 pontos e 20 anos de exposição ou 86 pontos e 25 anos de efetiva exposição para que esses trabalhadores conquistem direito à aposen­tadoria. A partir de 2020, essas pontuações seriam acrescidas de 1 ponto por ano para homens e mulheres, até atingirem, respec­tivamente 81 pontos, 91 pontos e 96 pontos para ambos os sexos em 2035. O destaque do PSB buscava eliminar a elevação au­tomática da pontuação.

O último destaque rejeitado, de autoria do PT, buscava eliminar as alterações na fórmula de cálcu­lo da aposentadoria proposta pela reforma. Por 352 a 135 votos, o destaque foi derrubado às 22h01 pelo plenário. Segundo o governo, a aprovação do destaque desidra­taria a reforma da Previdência em R$ 186,9 bilhões – R$ 15,8 bilhões para o Instituto Nacional do Segu­ro Social (INSS) e R$ 171,1 bilhões para a Previdência dos servidores públicos federais.

Outros destaques derrubados
De autoria do PT, o primei­ro destaque rejeitado permitiria que recolhimentos do trabalha­dor abaixo do valor mínimo exi­gido para determinada categoria conte como mês de efetiva con­tribuição. O relator da reforma na comissão especial, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), alegou que a retirada desse pon­to da reforma prejudicaria os trabalhadores intermitentes.

Apresentado pelo PCdoB, o segundo destaque rejeitado manteve as mudanças no cálcu­lo de pensões por morte, permi­tindo o pagamento de pensões inferiores a um salário mínimo caso o segurado tenha outras fontes formais de renda. O ter­ceiro destaque rejeitado, do PT, queria retirar a fixação, na Cons­tituição, de critérios de renda para o pagamento do Benefício de Prestação Continuada (BPC).

O quarto destaque rejeitado, do PSOL, retiraria da reforma a restrição ao abono salarial apro­vada em dois turnos. O benefício agora será pago apenas para quem ganha até R$ 1.364,43 por mês, considerado pelo governo como limite para famílias de baixa ren­da, gerando economia de R$ 76,4 bilhões em dez anos.

O quinto e o sexto destaque rejeitados pretendiam alterar a regra de transição. Os deputados derrubaram proposta do Partido Novo para manter as idades mí­nimas especiais de aposentadorias para professores – 60 anos para homens e 57 para mulheres – e eliminar toda a regra de transição que estabelecia pedágio de 100% para os trabalhadores atuais. Em seguida, os parlamentares der­rubaram destaque do PDT que pretendia eliminar o pedágio de 100%, para instituir pedágio de 50% por meio de uma propos­ta de emenda à Constituição (PEC) paralela.

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