O Ministério Público Eleitoral solicitou a ajuda da Polícia Federal (PF) nas investigações de um suposto pedido de doações eleitorais para a então candidata a deputada federal Samanta Pineda Duarte Nogueira (PSDB), nas eleições do ano passado. A denúncia foi feita as vésperas do pleito de outubro pelo vice-prefeito Carlos Cezar Barbosa (PPS). Em um grupo do aplicativo WhatsApp, ele anunciou ter sido informado de que um integrante do gabinete do prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) estaria, supostamente, solicitando doações financeiras a ocupantes de cargos em comissão para fortalecer a campanha a deputada federal da esposa.
Na época, procurado pelo Tribuna, o vice-prefeito afirmou que houve uma distorção no que ele escreveu e que em nenhum momento atribuiu o suposto pedido de doações ao chefe do Executivo. “Ele é um homem preparado e inteligente e não acredito que tenha autorizado este tipo de solicitação”, afirmou Barbosa. O vice-prefeito estava inconformado com o que chamou de “distorção” e disse ter ficado em uma situação desconfortável no governo. Por causa das acusações e da repercussão que o caso ganhou, em 4 de outubro o Ministério Público Eleitoral decidiu acatar parcialmente a representação impetrada pela advogada Taís Roxo, que pedia a cassação da candidatura de Samanta Pineda Duarte Nogueira à Câmara dos Deputados.
Em seu despacho, o promotor Ronaldo Batista Pinto não aceitou a impugnação da candidatura e nem a possibilidade de pedido de liminar para impedir que a tucana disputasse as eleições. Ela obteve 42.282 votos, mas não conseguiu se eleger para deputada federal. Entretanto, a Promotoria Eleitoral decidiu abrir procedimento investigatório para apuração dos fatos e deu prazo, a partir da notificação, para que Samanta Nogueira, o prefeito Duarte Nogueira, o vice-prefeito Carlos Cezar Barbosa e o vereador e radialista Lincoln Fernandes (PDT) respondessem por ofício – por documento escrito ou por via digital – os questionamentos feitos no procedimento investigatório.
No caso específico de Lincoln Fernandes – este com base no programa de rádio e TV que comanda – e de Carlos Cezar Barbosa, o promotor determinou que eles indicassem, pontualmente, quais os servidores que teriam solicitado as doações e quais teriam recebido o pedido. Todos já prestaram informações. Agora, o MPE, que investiga a denúncia, solicitou a atuação da PF para descobrir o dono do número de telefone que disparou as supostas mensagens que teriam sido enviadas. Quer ouvir a versão dele e se a denúncia tem fundamento.
O procedimento que apura o caso foi instaurado em outubro do ano passado e a Polícia Federal analisa as mensagens há pelo menos três meses, segundo a Promotoria Eleitoral. Em nota enviada ao Tribuna, Samanta Pineda Duarte Nogueira afirma que não teme o andamento do procedimento, já que não há questionamentos a serem feitos quanto à lisura da disputa eleitoral. “Esclareci tudo que foi necessário. Uma polêmica de natureza eleitoral, que não procede. Os únicos que têm a temer são aqueles que não acreditam na Justiça”, afirma.