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RP é a 34ª menos violenta do Brasil

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) analisou 310 municípios bra­sileiros com mais de 100 mil habitantes em 2017 e fez um recorte regionalizado da vio­lência no país. O Atlas da Violência – Retrato dos Mu­nicípios Brasileiros 2019, ela­borado em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mostra que Ribeirão Preto aparece na 34ª posição do ranking nacional (à frente de 256) e na 24ª do estadual (melhor colocada do que 53 cidades paulistas).

Em 2017, segundo o Atlas da Violência, Ribeirão Preto registrou 62 homicídios, taxa de 11,3 por 100 mil habitantes – naquele ano a cidade tinha 682.302 moradores, segundo o Instituto Brasileiro de Geogra­fia e Estatística (IBGE). Porém, de acordo com o estudo, 15 assassinatos não foram solu­cionados e ninguém foi preso – 24,2% do total. Na região, Sertãozinho é o município onde o cidadão corre menos risco de ser assassinado.

Com 122.643 habitantes em 2017, Sertãozinho ocupa a 20ª posição no ranking na­cional e a 14ª no estadual, com nove homicídios – um não solucionado – e taxa de 8,5 assassinatos por 100 mil pesso­as. A cidade considerada mais pacífica do Brasil foi Jaú, em São Paulo, com uma taxa de 2,7 homicídios para cada 100 mil habitantes. A cidade de 146.338 moradores teve quatro assassinatos em 2017.

Indaiatuba, com taxa de 3,5 mortes por 100 mil habitan­tes, cinco assassinatos (quatro não resolvidos) e população de 239.602, e Valinhos, com taxa de 4,7 e três homicídios (nenhum solucionado) – são 124.024 moradores –, também situadas em São Paulo, ocupam o segundo e o terceiro lugar na lista, que continua com Jara­guá do Sul (SC), Brusque (SC), Jundiaí (SP), Passos (MG), Li­meira (SP), Americana (SP), Bragança Paulista (SP), Santos (SP), Araxá (MG), Araraquara (SP), São Caetano do Sul (SP), Tubarão (SC), Mogi das Cru­zes (SP), Itatiba (SP), Varginha (MG), Catanduva (SP) e Ser­tãozinho (SP).

De acordo com o Atlas da Violências, as regiões Norte e Nordeste do Brasil concen­tram 18 das 20 cidades mais violentas do país. A pesquisa mostra ainda que o estado de São Paulo tem 14 das 20 cida­des menos violentas. Os nú­meros permitem identificar que as cidades mais violentas e menos violentas apresentam também grande diferença en­tre os índices de desenvolvi­mento humano.

Segundo o Ipea, as cidades mais violentas, em geral, têm também números piores no acesso à educação, desenvol­vimento infantil e mercado de trabalho, enquanto as menos violentas têm indicadores con­siderados parecidos com os de países desenvolvidos. As cida­des violentas têm, em média, 60% da taxa de atendimento escolar das menos violentas, e o percentual de jovens de 15 a 24 anos que não estudavam, não trabalhavam e eram vul­neráveis à pobreza era quatro vezes maior.

A cidade mais violenta do Brasil em 2017 foi Maracanaú, no Ceará, com 145,7 homicí­dios para cada 100 mil habi­tantes. No ano do estudo, 308 pessoas foram assassinadas na cidade, que fica na região me­tropolitana de Fortaleza e tem 224 mil habitantes. A capital cearense foi a cidade que teve o maior número absoluto de ho­micídios em 2017, com 2.145 casos, superando até mesmo as cidades populosas do país. O Rio de Janeiro, que tem mais que o dobro de habitantes, teve 1.850 assassinatos, e São Paulo, que tem uma população qua­tro vezes maior, teve 1.011 – menos que a metade.

Após Maracanaú, a lista de cidades mais violentas conti­nua com Altamira (PA), São Gonçalo do Amarante (RN), Simões Filho (BA), Queimados (RJ), Alvorada (RS), Porto Segu­ro (BA), Marituba (PA), Lauro de Freitas (BA), Camaçari (BA), Caucaia (CE), Nossa Senhora do Socorro (SE), Cabo de Santo Agostinho (PE), Marabá (PA), Ananindeua (PA), Fortaleza (CE), Mossoró (RN), Vitória de Santo Antão (PE), Rio Branco (AC) e Eunápolis (BA).

O coordenador do estudo, Daniel Cerqueira, avalia que po­líticas focalizadas em territórios vulneráveis são a luz no fim do túnel, com iniciativas voltadas para o desenvolvimento infan­to-juvenil e para as famílias mais pobres. Ele defende ainda um reforço na qualificação policial e a melhora das condições de encarceramento.

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