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Objetivo é fiscalizar

FOTOS: ALFREDO RISK

Em seu primeiro mandato parla­mentar o vereador João Batista Ma­lheiro (PP) afirma que seu objetivo político tem como fundamentação a busca do bem comum. Com forte vín­culo com a Renovação Carismática da Igreja Católica, ele defende que a atu­ação de um parlamentar é muito mais do que a confecção e a criação de leis. “Somos o braço da população e com isso, nossa principal função é a fiscali­zação e cobrança,” garante. João Batista é casado, pai de duas filhas e trabalha há 26 anos no seguimento alimentício, em uma multinacional americana.

Em entrevista ao Tribuna, o parla­mentar diz que na Legislatura passa­da a Câmara de Vereadores aprovava, em média, mais de 350 leis por ano, o que seria um número muito elevado em comparação com países desenvol­vidos. “O excesso de leis não ajuda, apenas prejudica a população e toda a máquina pública. Isso é um proble­ma cultural sobre o qual sempre busca medir o serviço, pela quantidade e não pela atuação com qualidade”, explica.

Tribuna Ribeirão – O se­nhor é um membro atuante da Renovação Carismática da Igreja Católica em Ribei­rão Preto. Esse trabalho lhe ajudou a ingressar na vida política?
João Batista – Sim. Faço parte da Renovação Caris­mática Católica por 37 anos, nesse movimento Eclesial da Igreja, sempre gostei de par­ticipar de trabalhos sociais voltados para o bem comum. Dentro do Ministério de Fé e Política, tomei ciência de que a “política é uma vocação de serviço”, como afirma o papa Francisco. Sendo uma forma de expressão à caridade. En­tão, toda essa atividade, com incentivo de amigos e da fa­mília despertou em mim, a vontade de ser vereador.

Tribuna Ribeirão – Que avaliação faz da atual admi­nistração?
João Batista – Muitos são os problemas que essa Admi­nistração herdou. Contudo, isso não a exime de respon­sabilidade de muitos pontos críticos que ainda vemos em nossa cidade. Vejo um gran­de déficit em nossa Saúde, bem como na Educação. Por outro lado, tenho percebido certa vontade dela em solu­cionar problemas, e vislum­bro que mesmo que a passos curtos, temos caminhado para frente. Creio que em longo prazo ou até mesmo já na administração da próxima legislatura, encontraremos uma cidade com suas contas mais equilibradas e aí sim, acredito que enquadraremos nossa cidade no patamar que ela merece.

Tribuna Ribeirão – Em sua avaliação no que o go­verno até o momento errou e no que ele acertou?
João Batista – Na mi­nha opinião possivelmente o maior erro dessa atual ad­ministração tenha sido a falta de diálogo com a população e entidades representativas da sociedade, para a solução de alguns assuntos. Com isso, temos esbarrado e atrasado a aprovação de diversas leis im­portantes para o desenvolvi­mento de nossa cidade. Pro­blemas que seriam resolvidos se houvesse em sua base, diá­logo e abertura.

É inadmissível que ainda não tenhamos um Plano Mu­nicipal da Educação aprova­do, o quanto temos perdido no desenvolvimento da Edu­cação da nossa cidade, pela falta de vontade de diálogo e com discursos ideológicos.

Quanto a situação do Sistema Único de Saúde ain­da estamos parados no siste­ma precário de estrutura e de atendimento para a população, sofremos com a falta de uma Ambulatório Médico de Es­pecialidade que atenda a po­pulação sem as longas e des­gastantes demora existentes

Tribuna Ribeirão – Como o senhor classifica a atual Câmara Municipal no que diz respeito à atuação parlamentar?
João Batista – Vejo que essa é, em comparação com os últimos vinte ou até trinta anos, uma Câmara Municipal mais democrática e represen­tativa para a população. Te­mos vereadores de diferentes segmentos culturais sociais. Tivemos em nossa cidade uma reformulação de mais de 2/3 do quadro de vereado­res, o que foi muito bom, pois todos têm pautado sua atu­ação para o bem da popula­ção. Vejo que a atual Câmara possui uma atuação engajada no bem comum e no intenso trabalho fiscalizatório e inde­pendente.

Tribuna Ribeirão – Quais são os seus projetos que o senhor considera mais rele­vantes para a população?
João Batista – Quando iniciei a minha legislatura procurei levantar leis aprova­das de legislaturas anteriores que estavam em desuso e sem qualquer fiscalização. Sempre tive em mente, que a atuação de um parlamentar é muito mais que a confecção e a cria­ção de leis. Somos o braço da população e com isso, nossa principal função é a fiscaliza­ção e cobrança.

Pude verificar que a le­gislatura passada aprovava, em média, mais de 350 leis por ano, o que demonstra um número muito elevado, se nos pautarmos nos países desenvolvidos. Uma vez que o excesso de leis não ajuda, apenas prejudica a população e toda a máquina pública. Isso é um problema cultural sobre o qual sempre busca medir o serviço, pela quanti­dade e não pela atuação com qualidade.

Nessa legislatura aprovei algumas leis e apresenta­mos projetos, voltados para proteção do Meio Ambien­te, Saúde, Educação e para orientação e proteção ao con­sumidor.

Institui a Frente Parla­mentar em Defesa da Vida e da Família, que no presente momento está fazendo estu­dos e pesquisas sobre o alto índice de suicídio nos jovens, adolescentes, para criarmos meios de conscientização e prevenção para essa triste re­alidade de todo o nosso país.

Quanto à Educação em nosso município, pautei por ter no gabinete uma assesso­ria que buscasse desenvolver um trabalho efetivo, inclusive com grande estudo e dedi­cação para o Plano Munici­pal da Educação, e todos os outros demais projetos da administração. Inclusive, no decorrer desses anos, sempre fiz parte da Comissão Perma­nente da Educação e também sou membro de outras co­missões, inclusive da CPI da Educação que investiga a res­ponsabilidade da Secretaria Municipal da Educação em virtude do óbito ocorrido de um aluno na unidade escolar.

Tribuna Ribeirão – Como o senhor se define em rela­ção ao atual governo muni­cipal?
João Batista – Sou inde­pendente, digo isso, pois bus­co pautar minha atuação no interesse da população e no que for melhor para a cidade como um todo. Nunca farei uma oposição vazia, para me declarar e me auto-afirmar como opositor e como tam­bém não sou cegamente favo­rável a determinado grupo ou situação. Ou seja, para cada projeto apresentado, o meu olhar é crítico, fundamentado e embasado no seu conteúdo e mérito proposto, e não em quem foi o seu autor.

Tribuna Ribeirão – O se­nhor é favorável a redução no número de vereadores para 22 na próxima legisla­tura?
João Batista – Não irei aqui, mensurar a quantidade de números que sou favo­rável, pois há nessa Casa de Leis, projetos em andamen­to, mas que ainda não foram colocados em pauta. Acredito que nessa votação, precisa­mos levar em consideração, que vivemos em um país democrático, com diversas etnias, ideologias. Ou seja, vivemos em uma sociedade com pluralidade de pensa­mentos e conceitos, em ra­zão disso, possivelmente me pautarei na manutenção da representatividade da popu­lação, na manutenção da in­dependência dos Poderes e na manutenção de uma Câmara eficaz na fiscalização e cobran­ça junto ao Poder Executivo.

Trata-se de uma situação delicada, que não podemos nos pautar em discursos que visam ludibriar a população, pois é preciso exercer uma le­gislatura norteado pelo bem comum, sendo necessário uma política pautada na ver­dade e que busque desmistifi­car conceitos deturpados.

Tribuna Ribeirão – Ser vereador era o que o senhor esperava?
João Batista – Sim. Po­rém, vejo que o correto não é ser, mas estar vereador. Os desafios são muitos. Desde a minha juventude procurava estar junto às pessoas e a so­ciedade. Estive sempre ligado a pessoas, nas instituições e serviços sociais. Penso que o vereador deve desenvolver seu papel na fiscalização ge­ral, legislando em busca do bem comum, ou seja, o bem de toda a comunidade.

Estar vereador nos possibi­lita a prática da caridade, pois através da política podemos pensar e agir não em prol de uma pessoa ou um grupo e, sim agir em defesa de todos, como afirma o papa Francisco.

Portanto, estar vereador, é uma realização nesse tempo em que sou chamado a cum­prir essa missão; de servir o outro. Estar vereador, é uma realização sim, mesmo que os projetos na prática demorem e, até não contemple essa realiza­ção. Acredito que o bem seme­ado hoje, será colhido amanhã. Isso é fazer o bem comum.

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