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O multiartista Jair Correia

FOTOS: JF PIMENTA

Quis o destino e o Plano Collor que o cineasta Jair Correia se fixasse em Ribei­rão Preto. Na época ele es­tava fazendo um trabalho na cidade com o seu filme ‘Shock – Diversão Diabólica’. O plano pegou os brasileiros de surpresa. Jair, que tinha projetos com produção ci­nematográfica em São Paulo, conheceu outros artistas da cidade, gostou do ambiente ribeirão-pretano e resolveu ficar para desenvolver em ou­tros planos.

“Até o Plano Collor eram produzidos 105 filmes por ano em São Paulo, depois no Plano Collor foi produzido só um. Mudamos os planos”, relembra.

Jair Correia trabalha agora na produção de um longa de animação: ‘a obra da minha vida’

Paulistano, a entrada ao mundo das artes foi um pro­cesso natural. “Não planejei. Aconteceu”, diz. Ele conta que foi uma criança curiosa e querendo aprender. “Tive acesso a muitos livros. Ti­nha a coleção Seleção que eu lia muito também. Isso foi aguçando ainda mais minha curiosidade quando criança”.

O primeiro trabalho foi na escola. “Eu comecei com teatro na escola e de repente ganhamos um prêmio, de­pois outro… não esperava. Fui entrando no mundo das artes dessa maneira”. Os li­vros e a prática o transfor­maram em autodidata.

Do teatro para o cinema foi um pulo. Jair é um cine­asta reconhecido. Em 1982 recebeu os prêmios de Me­lhor Diretor de Cinema pela APCA – Associação Paulista de Críticos de Arte, e Prê­mio Governador do Estado com o filme ‘Duas Estranhas Mulheres’. Além dele e de ‘Shock’, destaque para o longa ‘Retrato Falado de Uma Mu­lher Sem Pudor’, de 1982, que ele dirigiu ao lado de Hélio Porto, com trilha sonora de Egberto Gismonti.

No cinema foi reconhecido como diretor com o filme ‘Duas Estranhas Mulheres’

“De 1976 a 1984 eu tra­balhei com cinema, depois fui produzir o programa Goulart de Andrade e o Mil Coisas”, diz, referindo-se sobre sua passagem também pela televisão.

Artes plásticas
Nas artes plásticas, Jair está presente nos principais salões de arte do país, inclu­sive o XXI Salão Nacional de Artes Plásticas onde recebeu o Prêmio Brasília de Artes Plásticas e a 21ª Bienal In­ternacional de São Paulo em 1991. Presidiu o 17º Salão de Arte Contemporânea de Ribeirão Preto, participou como Membro de Júri de ou­tros importantes salões e faz a concepção visual do Grupo Fora do sériO desde 1992. Ganhou o Prêmio Funarte de Arte Contemporânea 2012 com a exposição “Ícones – Outras Palavras.

Teatro
Produziu para o Grupo Fora do sériO quatorze es­petáculos, entre eles Mistério Bufo, O Asno, O Gato Ma­lhado e a Andorinha Sinhá, Helênica, O Casamento do Capitão Cagapau, Onde Não Houver Um Inimigo Urge Criar Um, e A Ilha do Dr. Moreau.
Fez cenografia e adereços dos quatorze e dirigiu qua­tro, sendo o Auto da Barca do Inferno (de 2003) indicado para o Prêmio Shell de 2003.

Ganhou o Prêmio Funarte de Arte Contemporânea 2012 com a exposição “Ícones – Outras Palavras,
telas ao fundo

Máscaras
Jair aprendeu técnicas de máscara teatral no Seminario Laboratorio Internazionale, no Centro Maschere e Strut­ture Gestuali em Pádova na Itália em 96 e 98 tendo como mestre Donato Sartori. Suas máscaras foram expostas no Centro Cultural São Paulo, no MARP, Museu de Arte de Ribeirão Preto, no Centro Cultural Horácio Cervantes em Colima, México.

“Quando eu faço másca­ra, não é um adereço. É uma composição. Destinada a um ator, personagem, enredo, enfim, uma combinação de fatores que permitem essas expressões. Adereço qual­quer um pode usar, a másca­ra é individual”.

Técnicas de máscara teatral aprendeu no Centro Masche­re e Strutture Gestuali em Pádova na Itália com o mestre Donato Sartori

Metamorphose
Artista plástico, cineasta, mascareiro, diretor teatral, cenógrafo e artista gráfico, Jair Correia diz que tem o mesmo amor e paixão por cada segmento que trabalha. E ele não quer parar. Bus­ca investidores para o filme Metamorphose (inspirado na obra de Franz Kafka). “É um longa metragem de animação gráfica. Nele quero colocar um pouco de tudo que apren­di até agora”.
Jair diz que de­sistiu de buscar patrocinado­res e agora espera resposta de investidores. “Não tenho pressa. Grandes obras, de grandes artistas demoraram para ficarem prontas. Mas é a obra da minha vida”, finaliza.

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